APÓS 15 ANOS, DRAGAGEM DO PORTO DE NATAL SAI DO PAPEL

A concessão de duas licenças ambientais pelo Governo do RN – a Renovação da Licença de Operação (Idema) e a Licença de Obra Hidráulica (Igarn) – marca um avanço estratégico para a modernização do Porto de Natal. Com R$ 110 milhões assegurados, sendo R$ 62 milhões para a dragagem e o restante para obras estruturais, o terminal potiguar poderá, enfim, operar com maior calado e atrair embarcações de maior porte.
A dragagem não realizada desde 2009, corrigirá um dos maiores gargalos logísticos do RN, elevando a competitividade da infraestrutura portuária e tornando-a mais atrativa para novos fluxos de exportação.
A ampliação do calado para até 12 metros é um diferencial logístico importante, principalmente para projetos como o da Fomento, na mineração de ferro, e para a cadeia do agronegócio.
Investimentos como esse, ancorados em planejamento ambiental e logístico, posicionam o Porto como peça-chave na reindustrialização e internacionalização da economia potiguar.
COMERCIO EXTERIOR BRASIL X EUA X RN


O Brasil é atualmente o principal fornecedor de oito produtos estratégicos para os Estados Unidos, incluindo suco de laranja, café cru e insumos industriais como ferro fundido e pasta química de madeira. No entanto, a nova tarifa de 10% imposta pelo governo norte-americano, somada às tarifas de 25% sobre aço e alumínio, pode comprometer a competitividade desses itens no mercado americano.
A medida tende a gerar efeitos adversos também nos EUA, com aumento nos custos de produção e possível repasse ao consumidor final, alimentando pressões inflacionárias. Em 2024, as exportações da indústria de transformação brasileira para os EUA somaram US$ 31,6 bilhões, sustentando empregos e renda no país. A iniciativa da CNI de liderar uma missão empresarial aos EUA em maio é estratégica, buscando diálogo e alternativas diplomáticas que preservem a parceria comercial. A elevação de tarifas sinaliza um cenário desafiador para o comércio bilateral e exige reação coordenada.
Apesar da nova política tarifária dos Estados Unidos impactar diretamente setores estratégicos da indústria nacional, seus efeitos sobre a economia do Rio Grande do Norte tendem a ser indiretos. As exportações potiguares são majoritariamente concentradas em produtos como melões frescos, melancia, sal marinho, óleo combustível, açúcares de cana e óleos brutos de petróleo — itens que, em sua maioria, não constam na lista dos oito produtos brasileiros mais afetados pelas tarifas adicionais.
Ainda assim, o estado pode sentir reflexos econômicos, sobretudo se houver desaceleração no comércio bilateral ou realocação de investimentos industriais para mercados mais previsíveis.
Além disso, o RN possui setores com potencial de encadeamento produtivo, como o têxtil e o agronegócio, que podem ser indiretamente pressionados por custos logísticos e industriais mais elevados no Brasil. O cenário reforça a importância de políticas estaduais de diversificação produtiva e acesso a novos mercados para mitigar riscos externos.