Smartphones e computadores importados vão ficar isentos das tarifas recíprocas do presidente Donald Trump, de acordo com a nova orientação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. A informação foi publicada pela rede CNBC e pela agência Bloomberg.
A orientação vem depois que Trump impôs tarifas recíprocas de 125% sobre os produtos da China (além de outros 20% anunciados em fevereiro e março), uma medida que estava prestes a afetar empresas de tecnologia como a Apple, que fabrica iPhones e a maioria de seus outros produtos na China.
A nova orientação tarifária, de acordo com a CNBC, também inclui exclusões para outros dispositivos e componentes eletrônicos, incluindo semicondutores, células solares, telas de TVs, pen drives, cartões de memória e SSDs (unidades de estado sólido, ou memória flash) usadas para armazenar dados.
É o primeiro recuo de Trump que afeta as tarifas impostas à China. Na quarta-feira, 9, ele havia anunciado a suspensão por 90 dias das tarifas recíprocas para todos os países, exceto a China.
A China, por sua vez, retaliou as tarifas americanas e impôs uma taxa de 125% sobre os produtos dos EUA. Mas sinalizou que não iria mais elevar tarifas, mesmo que Trump voltasse a fazer isso, por achar que essa atitude não faria mais sentido. “Dado que, com este nível de tarifas, os produtos dos EUA exportados para a China não têm mais chance de serem aceitos no mercado”, se Washington continuar a aumentar suas tarifas, “a China vai ignorar isso”, disse a Comissão Tarifária do governo em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças na sexta-feira, 11.
“O aumento anormalmente alto das tarifas dos Estados Unidos sobre a China tornou-se um jogo de números, que não tem nenhum significado econômico prático, e se tornará uma piada na história da economia mundial”, disse um porta-voz do Ministério das Finanças chinês ao anunciar as novas tarifas. “Entretanto, se os Estados Unidos insistirem em continuar a infringir substancialmente os interesses da China, a China revidará com determinação e lutará até o fim”.
Também na sexta-feira, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu à União Europeia que “resista unida” ao “assédio” em meio à ofensiva tarifária dos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias Xinhua. Em uma reunião em Pequim com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, o líder da segunda maior economia do mundo ressaltou a necessidade de cooperação entre as duas potências diante da guerra comercial lançada por Donald Trump.
“A China e a UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, proteger conjuntamente a globalização econômica (…) e resistir conjuntamente a qualquer assédio unilateral”, disse. Isso não apenas “salvaguardaria seus direitos e interesses legítimos, mas também (…) protegeria a justiça e a equidade internacionais”.
*Com informações do Estadão