Por Robson Bezerra
Câmara Cascudo, maior cajueiro do mundo, bordados do Seridó, camarão, sal. Nesta quinta-feira, 7 de agosto, o Rio Grande do Norte celebra 524 anos com muitas referências, histórias para contar e também muitos desafios. “Uma multiplicidade muito grande de atividades. É um estado em termos territoriais relativamente pequeno, mas grande na diversidade de riquezas. Um ponto geográfico importante, no contexto do mapa do Brasil e da América do Sul”, afirmou Alberto Cortez, integrante do quadro diretivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.



O profissional está há anos no órgão que é responsável por zelar coleções museológicas, documentais e bibliográficas referentes à história e cultura do estado, “historicamente (RN) começou com a cana de açúcar, em seguida, o adentramento nas terras interiores, que eu destacaria aqui pelo mérito, o Seridó Potiguar”. A região possui características culturais e geográficas únicas se comparadas a outras sendo bastante procurada pelo turismo gastronômico, de eventos, esportes, além de ser reconhecida pela Unesco fazendo parte do Geoparque Seridó, que se refere às potencialidades geológicas. “Diz-se até que existe uma cultura do Seridó. A pecuária, por exemplo, foi importantíssima no desenvolvimento, não só do território norte-rio-grandense, mas como também foi uma atividade que deu suporte significativo à zona canavieira, de produção de cana de açúcar”, explicou.
“Nós ainda hoje somos os grandes produtores de camarão e sal do Brasil. E temos Macau, aquela maravilha de cidade, e Areia Branca, que se destacam como produtores de sal. E em pontos diversos do interior do estado, você vê a ocorrência de minerais. Currais Novos, por exemplo, com a extração do ouro e scheelita”, detalhou. Para ele, o Rio Grande do Norte tem amplas possibilidades de se destacar no atual cenário socioeconômico nacional e internacional. “temos boas escolas, e escola é fundamental para isso”.
Ele finalizou destacando as potencialidades como a energia solar e eólica. “Nós temos que acreditar que o estado, dentro de mais alguns anos, será mais próspero, desenvolvido. O Rio Grande do Norte merece ser feliz.”
Porquê 7 de agosto?
A data, aprovada no dia 30 de maio de 2000, estabelecida pela Lei estadual 7.831, remete ao dia em que o Marco de Touros, símbolo da colonização portuguesa, foi implantado no Rio Grande do Norte, em 7 de agosto de 1501, segundo explicam os historiadores, o que coloca o estado como o primeiro ponto efetivo de colonização portuguesa, uma vez que o marco em Porto Seguro só teria sido colocado aproximadamente dois anos depois.
História e números
A história potiguar remonta à ocupação indígena pré-colonial, seguida por invasões estrangeiras, principalmente de franceses e holandeses. Tornou-se capitania em 1535, província em 1822 com a independência do Brasil, e estado em 1889 com a proclamação da república. Sua posição geográfica estratégica — o ponto mais próximo da Europa e da África no continente sul-americano — lhe confere relevância geopolítica e econômica. O litoral de aproximadamente 400 km atrai turismo e investimentos, enquanto a produção de sal, concentrada no semiárido do litoral norte, representa mais de 95% da produção nacional. Na bandeira do Brasil, o RN é simbolizado pela estrela Shaula, da constelação de Escorpião.
O Rio Grande do Norte, está localizado no extremo nordeste do Brasil, e é um dos 27 estados da federação, com área de 52.809,6 km², pouco maior que a Costa Rica e dividido em 167 municípios. Faz fronteira com o Oceano Atlântico ao norte e leste, a Paraíba ao sul e o Ceará a oeste. Com população superior a 3,3 milhões de habitantes, destaca-se na Região Nordeste por possuir o segundo melhor IDH, a maior renda per capita e a melhor expectativa de vida do Norte-Nordeste, com média de 76 anos.