Os problemas ambientais já não são mais preocupação do futuro, e sim do presente. Todo o planeta tem sofrido com os impactos da emergência climática, provocada pela concentração dos Gases do Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. Esses GEE se originam da constante queima de combustível fóssil nas atividades humanas (indústrias, transportes, construção civil e outras), e permanecem no ar fazendo com que aumente perigosamente a temperatura média do planeta e, consequentemente, desequilibrando os ciclos da natureza. A isto chama-se “aquecimento global”, que acarreta as mudanças climáticas.
Estudos científicos como os apresentados no último relatório, de 2023, do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (o IPCC, na sigla em inglês) alarmam que o aquecimento global está aumentando e que estamos vivendo a intensificação da ocorrência de eventos climáticos extremos como furacões, ondas de calor, ondas de frio, deslizamentos, inundações, entre outros, tudo por causa da interferência humana. Isso tem gerado graves impactos sociais, econômicos e ambientais, assim como tragédias inestimáveis e perdas irrecuperáveis: a vida de pessoas, de animais e de outros seres vivos, e até mesmo a completa destruição de ecossistemas e biomas.
Então por onde começar a ser mais sustentável?
É urgente frear o insustentável modelo de desenvolvimento atual e, paralelamente, imprescindível investir em soluções compatíveis e viáveis com as realidades locais. As respostas às mudanças climáticas devem estar em diversas frentes da gestão pública, pois as questões ambientais são transversais, ou seja, estão presentes em todos os assuntos. Esse entendimento está nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e na Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU), nos acordos internacionais como o Acordo de Paris (para reduzir a emissão dos GEE) e o Marco de Sendai (para redução dos riscos de desastres), nas políticas ambientais e climáticas como diretrizes nacionais e em outros níveis de governo que estão sendo desenvolvidas no Brasil.
Mas também está em várias outras propostas que oferecem protocolos e guias para orientar e provocar gestores públicos, tomadores de decisão, sociedade e poder econômico à ação coletiva pela sustentabilidade, resiliência, mitigação e adaptação climática, de acordo com suas competências e responsabilidades compartilhadas.
Celebrando e convocando: o Dia Mundial do Meio Ambiente como convite à luta pela proteção ambiental
O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, convida o mundo inteiro a se unir no comprometimento com as soluções que buscam adaptação e mitigação aos efeitos das mudanças do clima e com a sustentabilidade no planejamento e gestão dos territórios.
Em 2024, a ONU estabeleceu como tema norteador desse Dia: “acelerar a restauração da terra, a resiliência à seca e o progresso da desertificação”. À exemplo do desastre recente causado pelas chuvas atípicas sobre várias cidades gaúchas, aqui na outra ponta do Brasil, no Rio Grande do Norte, esse tema se mostra essencial, enquanto que a prevenção aos desastres também é urgente: os riscos de desastres que devem se preparar os governos municipais e Estadual são a seca, a estiagem, a desertificação e as chuvas intensas, estas últimas que este ano já destruíram estradas, pontes e também levaram a perdas humanas e animais no Semiárido potiguar.
Com a reflexão de que o Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser uma data do “pensar global, agir local”, deixamos a pergunta: o que você pode agir em prol da sustentabilidade, a partir do exercício de sua cidadania? É hora de fazer o que está ao nosso alcance em nossas cidades, nossos bairros, comunidades, começando por nossas casas e, principalmente, fazendo nosso papel no monitoramento das ações dos poderes executivo, legislativo e judiciário e das atividades econômicas.
As soluções climáticas e ambientais são complexas, envolvem muitos fatores, recursos e requerem mobilização individual e coletiva. Não é uma tarefa fácil nem rápida, e enquanto estamos no processo de descobrir como lidar com esses problemas, sofremos com suas consequências. Mas na verdade, isso sinaliza apenas um único caminho: só temos a certeza de que cabe a todos buscar a sustentabilidade.