O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB) manifestou, nesta quarta-feira (30), sua indignação em relação às 121 mortes ocorridas durante uma megaoperação nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo o parlamentar, entre as vítimas estão quatro filhos de membros de sua igreja, todos sem envolvimento com o crime organizado.
Em seu discurso na tribuna da Câmara, Otoni de Paula enfatizou que os jovens, que nunca portaram armas, estão sendo erroneamente classificados como bandidos. “Aqui está falando um pastor, e não um pastor progressista. Morreu um grupo de meninos que não têm nada a ver com o crime, mas estão sendo contados no pacote”, afirmou.
O deputado criticou a generalização que associa a cor da pele e a vestimenta à criminalidade, destacando que “preto, correndo em dia de operação na favela é bandido”. Ele ressaltou a necessidade de uma compreensão mais empática da realidade das comunidades, afirmando que é fácil para quem vive em áreas privilegiadas apoiar ações violentas sem entender as consequências.
Otoni também compartilhou sua preocupação com a segurança de seu filho, enfatizando que a percepção negativa enfrentada por jovens negros é uma questão que afeta diretamente suas famílias. “Ontem, eu tive que dizer: ‘Vai pra casa, que roupa você está vestindo?’”, relatou.