Fontes da Polícia Civil de Pernambuco afirmaram à coluna que Deolane Bezerra, de 36 anos, foi solta nesta sexta-feira (6/9) após passar duas noites presa na Colônia Penal Feminina do Recife, conhecida como Bom Pastor. Advogado que representa Deolane, Carlos André Dantas nega e diz haver um “conflito de competência” no julgamento do habeas corpus, uma vez que um outro advogado ingressou antes dele com o pedido.
“Como qualquer advogado pode impetrar habeas corpus, um outro advogado impetrou antes de mim. Ele até desistiu, mas isso acabou gerando um conflito de competência. O habeas corpus que impetrei ainda não foi julgado”, diz.
Deolane foi detida por suposto envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Conhecida por uma vida luxuosa, Deolane Bezerra foi encaminhada para uma das quatro unidades prisionais femininas do país tidas como modelo. Em 2014, a OAB visitou o presídio.
O levantamento que classificou o Bom Pastor como referência levou em consideração boas práticas no atendimento à mulher, especialmente às mães presas. Os outros estabelecimentos que se destacaram no país foram: Unidade Materno Infantil (RJ), Penitenciária Feminina de Cariacica (ES) e Presídio Feminino Santa Luzia (AL).
OAB se posiciona
A Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, divulgou uma nota informando que qualquer infração de que tome conhecimento é investigada. Confira o comunicado na íntegra:
“A OAB SP apura toda e qualquer infração que chegue a seu conhecimento por intermédio de representação ou diante de fato divulgado em canais de comunicação. Por força do Art. 72, parágrafo 2 da Lei Federal 8.906/94 os processos são sigilosos e não permitem qualquer divulgação de providências eventualmente adotadas, nem mesmo acerca de sua instauração, sendo que o sigilo vigora até que haja decisão condenatória irrecorrível que tenha penalizado o advogado (a) com suspensão ou exclusão dos quadros da OAB.”
Declaração de Deolane Bezerra
A defesa de Deolane Bezerra se pronunciou nesta quarta-feira a respeito da prisão. A advogada Adélia Soares, em um comunicado, afirmou que a operação surpreendeu a todos e alegou que “toda a investigação é sigilosa”. “Desde já, informamos que nossas clientes têm condutas irrepreensíveis e nunca se recusaram a fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o que farão novamente”, escreveu a advogada.
Segundo a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, a advogada respondeu a questionamentos da Polícia Civil sobre sua renda mensal, a origem do dinheiro, possíveis envolvimentos com lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas, além de perguntas sobre a gestão e participação societária em suas empresas.
Fonte: Metrópoles