A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou afastar, nesta quarta-feira (3), qualquer conexão dele com os atos golpistas de 8 de janeiro. Durante a audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Celso Vilardi argumentou que o processo não apresenta evidências que incriminem Bolsonaro.
“Um processo baseado em uma delação e em uma minuta encontrada no celular de uma pessoa que hoje é colaboradora da Justiça. Esse é o epicentro, essa é a pedra de toque do processo. A minuta e a colaboração. A investigação da Polícia Federal e a denúncia do Ministério Público são, na verdade, uma sucessão inacreditável de fatos”, afirmou Vilardi.
O advogado destacou que não existe uma única prova que ligue o ex-presidente ao “Punhal Verde e Amarelo”, à “Operação Luneta” ou aos eventos de 8 de janeiro. “Nem mesmo o delator, que eu sustento que mentiu, afirmou ter visto a participação do presidente em qualquer um desses atos”, completou.
Vilardi também contestou a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, argumentando que as mudanças de versão do militar invalidam as acusações. “Ele apresentou uma versão e depois alterou essa versão”, disse.
O advogado reforçou a falta de confiabilidade de Cid, analisando mensagens atribuídas a ele nas redes sociais. “A senha e o perfil estão colocados no celular que foi apreendido, então, a prova que ele usou isso é absolutamente indiscutível. O que isso mostra? Que esse homem não é confiável”, concluiu.