Durante o julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal sobre o que seria um plano de golpe, Jair Alves Pereira, advogado do delator Mauro Cid, afirmou que “não houve coação” ao seu cliente durante o processo.
“Eu posso não concordar com o relatório e com o indiciamento do delegado, e de fato não concordo. Agora, nem por isso eu posso dizer que ele coagiu o meu cliente ou que ele cometeu uma ilegalidade”, afirmou durante sustentação de defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
“Não concordo com o pedido de prisão do ministro. Mas, não posso, por isso, dizer que ele me coagiu”, disse.
Ainda segundo o advogado, a atuação da equipe da Polícia Federal (PF) liderada pelo delegado Flávio Schor foi “extremamente ética e profissional”. “Eles nunca falaram com o Mauro Cid sem a presença da defesa”, afirmou.
Pereira começou a sustentação da defesa destacando o currículo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele disse que Cid serviu como paraquedista de operações militares e foi “condecorado com mais de 15 medalhas de honra”.
“Eu preciso apresentar o Mauro Cid a todos, porque até então ele é apresentado como o colaborador, o delator, o ajudante de ordens do presidente da República. Mas, na verdade, o Mauro Cid é um tenente-coronel com mais de 30 anos de Exército”, afirmou Pereira.
Os advogados de Cid foram os primeiros a fazer a apresentação aos ministros, pelo tenente-coronel ser colaborador no processo. A defesa teve uma hora para fazer a sustentação oral.
Por quais crimes os réus estão sendo acusados?
Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão da ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
*Com informações da CNN