Em sua sustentação oral nesta quarta-feira (3), o advogado Matheus Milanez, que representa Augusto Heleno, buscou afastar as acusações de que o ex-ministro teria criticado o sistema eleitoral brasileiro. Durante o julgamento, Milanez destacou que o general e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se afastaram a partir da metade final do mandato do ex-presidente.
O advogado argumentou que Heleno apenas participou de uma transmissão ao vivo realizada por Bolsonaro em 29 de julho de 2021, afirmando: “Se fosse transmitida da mesma forma que essa live (do julgamento), todos os assessores sentados ao fundo estariam envolvidos. Pois da mesma forma estava o general Heleno. Ele não se manifestou, não falou, estava mexendo no seu telefone. Foi isso que aconteceu.”
“O general Heleno foi uma figura política importante, tanto para a eleição quanto para o governo. Mas este afastamento é comprovado. Este afastamento da cúpula decisória. E por mais que tenha que o Ministério Público fale: ‘Ah, mas o afastamento não foi completo’. Mas é óbvio, se fosse completo, ele teria saído do governo”, argumentou Milanez.
Acerca da caderneta pessoal de Heleno, que contém anotações utilizadas na acusação, o advogado destacou que alguns registros foram editados e outros pontos foram associados sem relação, estando a caderneta com 100 páginas de distância.
Milanez apresentou uma página da agenda de Heleno com a anotação: “Presidente tem que tomar vacina.” Segundo a defesa, esse registro demonstra que o general não compartilhava integralmente das posições de Jair Bolsonaro.