A artesã potiguar Emanuela Carla de Melo, mais conhecida como Manu, transformou sua vida ao trocar o mundo dos números pela delicadeza da pintura em vidro e porcelana. Natural de Assú, mas vivendo e trabalhando em Parnamirim, Manu deixou para trás a rotina no setor financeiro de empresas para se dedicar integralmente à arte. O que começou como uma curiosidade incentivada por uma colega de trabalho, tornou-se um ofício que hoje encanta clientes e marca presença em momentos especiais.
“Eu nunca acreditei que poderia trabalhar para mim mesma. Comecei pedindo às colegas de trabalho que trouxessem peças de casa para eu treinar. Nunca fiz curso na área, mas sempre me dediquei muito a aprender”, relembra. Essa transição ganhou força durante um período de demissão em massa na empresa em que atuava, mas Manu já sabia o caminho a seguir. “Antes de ser demitida, a pintura já tinha se tornado minha principal renda. Quando aconteceu, entendi como uma resposta de Deus sobre o que eu deveria seguir”, conta.
Com traços delicados e atenção aos detalhes, Manu descobriu na pintura não apenas um meio de sobrevivência, mas uma forma de expressão e terapia. “Posso dizer que antes de ser um trabalho, a pintura é terapia. Claro que existe a responsabilidade com prazos e resultados, mas cada peça exige calma e entrega. Eu cuido de todo o processo, desde o atendimento até a embalagem final. A empresa sou eu mesma”, explica.

A personalização é a essência do seu trabalho. Cada encomenda nasce a partir da inspiração do cliente, mas sempre com o olhar artístico da artesã. “Quase sempre o cliente traz uma ideia e pede a minha opinião também. No final, tudo se transforma em uma peça única, feita para alguém especial. Esse é o diferencial”, afirma. O prazo médio de produção é de três dias, tempo necessário para que o objeto comum se converta em obra de arte.
Entre as criações que mais marcaram sua trajetória, Manu destaca peças carregadas de memória e emoção. “Os pratos com fotos de famílias sempre me emocionam. Também já fiz peças com lembranças de pessoas que já partiram, e essas são muito especiais”, recorda. A versatilidade da artista vai além de pratos e taças: ela já se aventurou a pintar filtros de barro e até paredes. Mas há um sonho particular: “Quero personalizar a foto do meu futuro netinho ou netinha. Ainda não tenho, mas é um desejo que vou realizar”.
Em tempos de crescente digitalização, Manu defende a importância de manter viva a arte feita à mão. “Eu acredito que daqui a alguns anos o artesanal será ainda mais valorizado, porque poucas pessoas vão se dedicar ao trabalho manual”, projeta. A cultura potiguar também é fonte de inspiração em sua jornada criativa. “Sou assuense, a terra dos poetas. Não sou poeta, mas me vejo artista. Desde a infância, tive incentivo da minha tia Irene para trabalhos manuais. O cuidado dela sempre foi inspiração para mim”, relembra.
Cada traço, segundo a artesã, é pensado no olhar de quem vai receber a peça. “Trato tudo com muita dedicação. Muitas pessoas já conseguem reconhecer meu traço de longe e saber que determinada peça foi pintada por mim. Isso é muito gratificante”, comemora. A emoção transmitida em seus trabalhos é o que dá sentido à sua trajetória. “A pintura é livre, a arte é sua, é única. A dica mais importante é: não desista antes de terminar”, aconselha aos que desejam iniciar na área.
Além de criar arte, Manu busca motivar outras pessoas a acreditarem nos próprios sonhos. “Eu acredito que tudo na vida tem um propósito. Faça a sua parte com zelo e confie no processo. Com dedicação, você vai conseguir”, reforça. Para conhecer mais sobre suas peças e acompanhar seu processo criativo, basta acessar o perfil @emanuelameloatelie no Instagram ou entrar em contato pelo telefone (84) 99958-7031