Faltando 5 dias para a noite de Natal, as atenções se voltam para os preparativos para uma das comemorações mais simbólicas do ano. E quando o assunto é a ceia natalina, a tradição fala alto. Produtos como chester, peru e panetones encabeçam as listas, mas com preços em alta as família fazem malabarismos para celebrar sem levar dívidas para 2023.
O economista Thales Augusto explica que existem diversos fatores que contribuem para a alta de preços neste final de ano “De maneira geral, o índice de inflação de alimentos e bebidas do IPCA no acumulado dos últimos 12 meses já apresentou uma variação de 10,91%. O que se pode afirmar que alguns grupos tiveram uma variação maior, especialmente os derivados de trigo, devido a guerra na Ucrânia que é um grande produtor, bem como com as pressões do dólar que ao ficar mais valorizado encarece as importações”.
Diante desse cenário, a artesã Acácia Christiane revela como tem feito para substituir alguns itens da tradicional data comemorada junta à sua família. Ela conta que é uma época muito esperada e tenta equilibrar na cozinha, fazendo os pratos que agradem a todos. “Eu gosto de fazer uma mesa bem diversificada, com bastante comida e coisas diferentes, comidas que todo mundo gosta. Como o escondidinho, lasanha, arroz, farofa, o chester e o panetone. Não podem faltar esses itens. Mas, os preços esse ano estão bem mais caros, então a gente vai fazendo algumas substituições. Agora tem uma ave festiva, que é bem mais em conta e bem saborosa para fazer nessas ocasiões. Um chester custa mais de cem reais e ela custa sessenta, então é uma substituição que eu fiz ano passado e vou fazer novamente.”
Outra estratégia que vem ganhando popularidade entre os consumidores que pretendem economizar é que a ceia seja feita entre o núcleo familiar mais íntimo, com a família “de casa mesmo”, sem toda aquela grande reunião em família com muitos parentes que só costumam se reunir nesta data. A dona de casa Josemeire Augusto conta que os encontros familiares estão ficando para uma outra ocasião, deste modo, ela mescla o planejamento para a ceia natalina, com as compras necessárias para o cotidiano da casa. “Vamos comprar só o essencial. Eu olho o que está em promoção e é quase nada, né? Então, é isso que estou fazendo: vou olhar e alguns produtos já não vou levar porque estão caros. Só o essencial mesmo, o básico mesmo… Aquela ceia que eu fazia há 2 anos, hoje eu não vou fazer mais.” E os cortes não são só no cardápio “Roupa ninguém comprou, vamos usar o que tem de melhorzinho, mais novo. A ceia vai ser bem básica mesmo, ninguém vai sair, vamos ficar em casa.”
Pesquisar também foi a estratégia adotada por outros consumidores. Eles vão em diferentes supermercados, checam preços, fazem balanço de produtos que estão em promoção ou não, tudo para que as compras saiam um pouco mais em conta. Esse é o caminho escolhido por Laíse Gomes. A autônoma falou sobre como faz para driblar o custo alto com a compra de mantimentos. “Estamos procurando por promoção, em cada mercado que a gente passa pega uma promoção diferente para aproveitar. Já estamos fazendo a feira do natal e mesmo com as promoções, ficamos sem saber o que fazer, temos sempre que escolher”.
Já na família do agricultor Nivaldo Freire, a alternativa para economizar é cada um levando um prato salgado ou doce. Encontramos o agricultor já fazendo as compras com a família pensando no reveillon, mas segundo ele, o preço não está tão em conta assim. “Tava tudo caro e não baixou praticamente nada. No natal ficamos em casa, mas no ano novo todos se reúnem em família e cada um leva um prato diferente”.