Reduzir, reciclar e reutilizar são os famosos “três erres”, que para muitos, na prática ainda não funciona. O Rio Grande do Norte está entre os Estados que mais reciclam no Brasil. Segundo o SindRecicla, o RN atinge 18% do seu lixo reciclado, mas que pode chegar a 43%. Estima-se que a população natalense produz 800 toneladas de lixo por dia.
A partir de dados do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Rio Grande do Norte (SindRecicla-RN), na última década, a indústria da reciclagem e de descartáveis do Estado teve um crescimento de 300%. Apesar desse aumento ser um número significativo, ainda há muito a ser debatido sobre as questões sustentáveis e reaproveitamento dos materiais descartados no Estado. Para que esse tema que movimenta não só o setor de reciclagem, mas também a economia no Estado, será o foco do 1º Fórum de Reciclagem do RN, promovido pelo SindRecicla-RN e com o apoio da FIERN.
DESCARTE DE RESÍDUOS
O descarte apropriado de materiais e resíduos, bem como o lixo eletrônico, garantem não só a sustentabilidade, mas promove qualidade de vida dos cidadãos, pois o lixo descartado em locais inapropriados pode ser um grande vetor de doenças e pragas, adoecendo a população, poluindo o meio ambiente e o meio em que vivem.
Jurandir Nunes, 49, Gestor Ambiental, defende que o nível de conscientização também está atrelado ao nível de escolaridade. “Quanto maior o grau escolar num bairro, há uma taxa maior de reciclagem, porque as pessoas praticam mais a reciclagem porque são mais conscientes.” Porém, para ele, uma rede de informação sobre a reciclagem poderia ter um efeito mais amplo na população. “Se a gente pudesse rever e trabalhar mais a educação ambiental nas escolas, as empresas e o Poder Público poderiam trabalhar mais a parte da sustentabilidade”.
Mas é necessário também a conscientização do descarte dos mais variados materiais, incluindo também o lixo eletrônico. Por falta de instrução, alguns aparelhos eletroeletrônicos são descartados junto ao lixo comum e podem gerar danos não só ao ambiente, mas também à população que fica exposta a componentes químicos e substâncias altamente danosas. Segundo dados da ONU, na região metropolitana de Natal são produzidas em média 16.636 toneladas desses resíduos.
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS
Atualmente no Rio Grande do Norte há uma campanha intitulada RN + limpo, orienta para o descarte correto de resíduos eletroeletrônicos, uma parceria entre o RN, IDEMA, CAERN, IGARN, SEMARH, SEEC, SEDEC e as empresas Circular Brain e Natal Reciclagem. O foco é a educação ambiental e a orientação para o descarte apropriado dos materiais eletroeletrônicos que pretende viabilizar a retirada de 150 toneladas de resíduos eletroeletrônicos.
A Natal Reciclagem tem mais foco na coleta de televisores, geladeiras, máquinas de lavar, computadores, etc, e com a proposta “EcoZap”, oferece a coleta gratuita desses materiais para todos os moradores de Natal, os interessados podem entrar em contato pelo: (84) 9999-6610. Após a coleta desses materiais, as composições químicas, baterias e circuitos, mais poluidores do ambiente passam por um processo apropriado. “Eles passam pela remanufatura reversa, onde todo material é desmontado e separado, voltando para a indústria de processamento final, ou seja, nós fazemos a mineração urbana. Retiramos os materiais que iam para aterros sanitários e eles voltam para a indústria do processamento final, tendo um aproveitamento de 98%”, relata Jurandir.
1º FÓRUM DE RECICLAGEM DO RN
Terá foco nos debates sobre políticas de desenvolvimento da reciclagem no RN e será promovido pelo SindRecicla com o apoio da FIERN nesta quinta-feira (1º) a partir das 9h na Casa de Indústria (sede da FIERN).