LANÇAMENTO
O senador eleito Rogério Marinho concedeu entrevista coletiva para anunciar oficialmente sua candidatura a presidente do Senado. Medindo as palavras, o filho de Valério aponta para valorização e protagonismo da Casa. Evita detalhes que possam ensejar interpretações indesejadas.
PERCURSO
Rogério Marinho sabe que terá um longo percurso pela frente até o dia da eleição, que acontecerá em fevereiro, já com Lula no governo. Até lá, cada conversa é importante, cada passo em falso pode significar derrota.
ARTICULAÇÃO
A articulação inicial foi bem feita. Apesar de ser um senador novato, Rogério Marinho começou com o apoio de seu próprio partido e tem recebido sinalizações positivas de outras legendas aliadas.
PROBLEMA
Um problema enorme para a pretensão de Rogério Marinho é a mudança de governo. Com Lula presidente, o azimute muda de rumo, o centro do poder passa a ser outro, os interesses vestem novas roupas, a caneta muda de mãos, a mídia tem outro foco. Ou seja: Mudanças que podem provocar mudanças.
LEALDADE
Rogério Marinho deu demonstrações incontestáveis de sua lealdade ao presidente Bolsonaro. Nos piores momentos, o filho de Valério fez questão de exaltar publicamente seu apoio e sua lealdade ao marido de Michelle.
LEALDADE II
É o estilo pessoal de Marinho, que ajudou a conceituar sua postura. A lealdade de Rogério a Bolsonaro não está mais em jogo. Aliás, o que está em jogo agora é estratégia para vencer a eleição.
PRESENÇA
Na estratégia para vencer a eleição numa Casa que precisa de harmonia entre os contrários, talvez não seja uma boa estratégia aparecer no lançamento oficial da candidatura com o filho de Bolsonaro ao seu lado. Os Bolsonaro representam tudo; menos harmonia e paz.
PRESENÇA II
A presença do senador Flávio Bolsonaro pode ser um teste para Rogério vindo do presidente. Se foi, cometeu um erro. É melhor Bolsonaro ter um amigo presidente do Senado sem precisar de paternidade do que um derrotado na planície.
PRESENÇA III
Pela lealdade de Rogério Marinho a Bolsonaro e pelo nível de relação dos dois, os aliados de Bolsonaro votam em Rogério sem precisar de exposição. A presença do filho do presidente derrotado e beligerante, só trará prejuízos eleitorais a Rogério Marinho. Aguardemos.