O deputado Vivaldo Costa (PV) repetiu o discurso por mais de uma vez na Assembleia Legislativa.
Na opinião dele, a governadora Fátima Bezerra (PT) tem uma trajetória de vida de superação, exemplar e vitoriosa. Com a conquista da aprovação do PL nº 473/2024, que recompôs a alíquota do ICMS para 20%, o parlamentar analisa que a gestora terá tempo de se recuperar e, em 2026, “voltar para o Senado”.
“Fátima foi tudo neste Estado. Saiu de uma cidadezinha na Paraíba por trás de Parelhas, veio para Natal, morava numa casa de favor, não tinha dinheiro para pagar a Casa do Estudante, e aí se tornou líder sindical, deputada estadual, deputada federal, senadora da República. Enfim, uma vitoriosa. Governadora eleita e reeleita e vai voltar para o Senado”, aposta Vivaldo.
O deputado é um dos que defendem a renúncia da governadora para se candidatar ao legislativo na majoritária. Com isso, o vice-governador Walter Alves (MDB) se torna, na opinião dele, candidato natural ao Governo do RN. Além disso, é necessário “ajustar a chapa” com um candidato a vice-governador do Seridó.
“Eu acho que Walter Alves é um candidato competitivo. É questão só de ajustar a chapa. O vice, por exemplo, eu defendo muito que saia do Seridó. Nós temos lá em Caicó um prefeito, um jovem prefeito, fazendo uma excelente administração, sendo um grande político e uma chapa Walter Alves governador e Doutor Tadeu (PSDB) vice-governador é uma chapa que tem tudo para ganhar eleição e ser o futuro do Rio Grande do Norte”, defende.
Já para compor a chapa ao Senado, ao lado de Fátima Bezerra, o nome ideal é Ezequiel Ferreira.
“A chapa é Fátima-Ezequiel ao Senado”, afirma Vivaldo em conversa com o Diário do RN.
O parlamentar usa a votação contra o aumento do ICMS para 20% como um exemplo do radicalismo político que existe atualmente. “O que existia nessa casa e eu disse com todas as letras era radicalismo político. Era o desejo de prejudicar Fátima, de prejudicar Lula, de prejudicar o segmento progressista do Rio Grande do Norte”, cita.
O parlamentar defende que, longe da polarização, uma chapa mais ao centro tem mais identificação com o eleitor potiguar, distante do radicalismo direita x esquerda.
“A campanha do Rio Grande do Norte no passado era Dinarte e Aloísio. Evoluiu. Essa campanha hoje é um radicalismo muito grande entre a direita e a esquerda. E o norte rio-grandense, o povo brasileiro nem é da esquerda, nem é da direita, é do centro. E é o centro que vai eleger o próximo governador. Poderá eleger Walter governador do Estado e Doutor Judas Tadeu vice-governador”, ratifica.
Fátima, Walter e o PT em 2026
Análise semelhante foi apresentada pelo ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, em entrevista exclusiva publicada pelo Diário do RN na última sexta-feira (13). “Walter é o vice-governador, que vai assumir [o Governo], Fátima é candidata ao Senado, e vamos trabalhar dessa forma. Esse é o cenário”, disse Jean-Paul.
Para o ex-senador, o MDB é a única saída que o PT tem hoje, no Rio Grande do Norte, pela força que apresenta nos municípios potiguares. O partido de Walter e Geraldo Alckmin elegeu 45 prefeitos entre as 167 cidades do Rio Grande do Norte em 06 de outubro último.
A diferença entre o raciocínio de Jean-Paul e do deputado Vivaldo é a composição das chapas majoritárias, tanto ao Senado, quanto ao Governo do Estado. Para o Executivo Estadual, o ex-senador não apontou um nome específico, mas o PT pode apresentar um nome para compor ao lado de Walter Alves.
Já ao Senado, Zenaide Maia (PSD) poderia formar chapa com Fátima Bezerra para as duas vagas em disputa, na visão de Jean-Paul. Com o PSD na base do Governo Lula, ele avalia que o partido pode ser “o fiel da balança”, junto ao PSD, como forças para, junto ao PT, disputar contra os grandes partidos que formam a oposição.
Visando justamente esta oposição, Jean ressaltou a necessidade de trabalhar a chapa o quanto antes. “Virou o verão, a partir de março, tem que trabalhar para fazer o candidato. Não pode esperar para a última hora, como sempre fazem”, critica Jean, ao se referir a um comportamento usual do Partido dos Trabalhadores, de manter as articulações no âmbito interno dentro de um pequeno grupo até às vésperas das campanhas eleitorais, inclusive mantendo filiados alheios aos planos.
Apesar de Vivaldo Costa, Jean-Paul Prates e outros nomes já terem colocado a possibilidade da chapa com Waltinho como nome apoiado pelo PT, o próprio PT e ninguém da cúpula partidária emitiu qualquer palavra sobre o assunto.