O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16/3), questionando a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. O líder da direita afirmou que mobilizava multidões pelo país e que sua equipe fazia um bom trabalho, insinuando que a derrota nas urnas teria sofrido com interferências do Judiciário.
Em determinado momento, Bolsonaro admitiu que o ato de hoje estava mais vazio do que outros que já realizou nas areias de Copacabana. Enquanto convocava sua militância para o protesto, o ex-presidente chegou a especular que colocaria 1 milhão de pessoas nas ruas e pediu para que manifestações em outros estados fossem canceladas para a concentração ocorrer no Rio de Janeiro.
“Nas eleições de 2022 a gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui no 7 de setembro, tinha mais gente do que agora. Fazíamos motociatas pelo Brasil todo, em São Paulo batendo 300 mil motos. Foi em Santa Catarina, Mato Grosso, no Brasil todo. O agro estava quase 100% conosco, os cristão da mesma maneira”, disse.
Bolsonaro citou que tinha aumentado o Bolsa Família para R$ 600, no âmbito da pandemia de Covid-19, e elogiou a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) no ministério da Infraestrutura, e da senadora Tereza Cristina (PP-MS) no ministério da Agricultura.
“O nosso governo fez o seu trabalho, mas por que perdeu a eleição? Será que a resposta está no inquérito 1361, secreto até hoje?”, indagou o ex-presidente, citando uma investigação de 2018 sobre a possibilidade de fraude nas eleições. Na época, Bolsonaro defendeu que havia ganhado em primeiro turno.
O ex-presidente ainda criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Todos os inquéritos do Morais são confidenciais, secretos. Ninguém pode saber de nada que está ali. Ele começou a investigar o presidente da República em julho de 2021, e não tinha um fato definido. Eles nos acompanhavam 24 horas por dia”, ressaltou.
Segundo Bolsonaro, o objetivo era minar o seu trabalho e evitar sua reeleição em 2022. “Houve sim mão pesada do Alexandre de Moraes nas eleições. Por exemplo, segundo decisão dele, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo aborto, não podia botar imagem do Lula defendendo ladrão de celular”, emendou.
O protesto deste domingo teve como tema a anistia dos condenados do 8 de janeiro de 2023. O entorno do ex-presidente acredita que se conseguirem absolver as pessoas que invadiram os Três Poderes, a pressão para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro pode crescer.
Até o momento, o Supremo já condenou mais de 400 pessoas pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Outros 542 réus denunciados por crimes de menor gravidade assinaram acordos com o Ministério Público Federal, medida que encerra a ação penal sem condenação em troca do cumprimento de medidas alternativas como multa, 225 horas de serviço comunitário, necessidade de comparecer a um curso sobre democracia e restrição de redes sociais.
*Com informações do Jornal Estado de Minas