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Joias e atos golpistas. Agosto chega ao fim com dois depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro agendados para o mesmo dia, quinta (31). Investigadores vão ouvi-lo sobre a venda das joias e relógios recebidos pela Presidência e em caso que apura o grupo de empresários suspeito de planejar um golpe de Estado no WhatsApp.
No caso das joias, os principais envolvidos vão depor simultaneamente: Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Mauro Lourena Cid e o advogado Frederick Wassef. Precavendo-se sobre versões combinadas, o ministro Alexandre de Moraes (STF) proibiu Bolsonaro e Michelle de se comunicarem com o tenente-coronel Mauro Cid, que está preso.
Em decisão assinada na quarta (23), Moraes reafirma a suspeita de delitos em série: venda de presentes, desvio de patrimônio público, dinheiro vivo escondido. “A análise dos dados armazenados no telefone celular apreendido em poder de Mauro Cesar Barbosa Cid revelou indícios de que houve desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, sendo revelados novos fatos e agentes envolvidos.”
Horas antes da decisão de Moraes, Bolsonaro admitiu ao jornal Folha de S.Paulo que mandou notícias falsas ao empresário Meyer Nigri com o pedido de que repassasse “ao máximo” as mensagens questionando as urnas eletrônicas. O conjunto das mensagens, ao qual o UOL teve acesso nos relatórios da PF, abrange de ataques a instituições, com previsão de guerra civil sangrenta, a campanha criminosa contra vacinas. Os policiais já ouviram Bolsonaro sobre incitação ao crime na pandemia de covid-19, e o Ministério da Saúde pode levar anos para reparar o estrago dos baixos índices de vacinação no país.
Na segunda (28), Bolsonaro dá posse a novos diretores do PL em Minas Gerais e recebe uma honraria, o título de cidadão mineiro, em cerimônia na Assembleia Legislativa.
Os militares e o hacker. O tenente-coronel Mauro Cid depôs na Polícia Federal na sexta (25) e foi reconvocado para novo depoimento na segunda (28). O inquérito investiga a suposta contratação do hacker Walter Delgatti para invasão de urnas eletrônicas. Delgatti afirma que Cid estava com o então presidente Jair Bolsonaro na conversa entre eles no Palácio da Alvorada.
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