Por Carol Ribeiro
O deputado federal Benes Leocádio acredita que o desempenho do partido União Brasil, ao qual é filiado, oferece nomes e estrutura ideais para protagonizar a disputa pela oposição na eleição de 2026 no Rio Grande do Norte. Em entrevista concedida ao Diário do RN, o parlamentar destacou o crescimento do União Brasil, que alcançou 28 prefeituras no Estado, incluindo Natal, Mossoró e Parnamirim, colocando a sigla em posição privilegiada para liderar as articulações das próximas eleições gerais. “É natural que o partido, com o crescimento alcançado, tenha estatura e condições de participar do tabuleiro de discussões em 2026. Temos organização partidária e quadros qualificados para isso”, afirmou.
Para Benes, Allyson Bezerra é uma liderança forte e preparada para disputar o Governo do Estado. Reelegendo-se com quase 80% dos votos em Mossoró, Allyson, segundo o deputado, tem a empatia do eleitorado e poderia liderar a chapa majoritária da oposição. “Ele já demonstra liderança jovem e preparada. Com organização partidária, alianças construídas e o apoio popular, temos condições de lançar uma candidatura forte para o Governo”, pontuou.
Para o Senado, Benes vê o atual senador Styvenson Valentim (Podemos) como um nome natural para a reeleição, devido ao trabalho que vem realizando. Ele também mencionou a possibilidade de a senadora Zenaide Maia, atualmente na base do governo Lula, compor com a oposição ao PT no Estado, caso seu partido, o PSD, opte por esse caminho. “Cabe à senadora ou ao PSD definir o projeto político que desejam seguir. Não vejo essa possibilidade descartada”, afirmou.
O deputado ressaltou a importância de manter a aliança formada em torno da eleição de Paulinho Freire em Natal, com partidos de centro e direita, como PL, União Brasil, Republicanos, Podemos e Solidariedade, visando replicar o modelo de sucesso no pleito estadual. “O resultado de Natal pode ser repetido no Estado, com até mais força. Essa união de partidos é fundamental para construirmos um entendimento que nos dê grandes chances em 2026”, disse.
O deputado também elogiou o ex-ministro Rogério Marinho, apontado pelo PL como possível candidato ao Governo.
Leia a entrevista na íntegra:
Benes sobre Zenaide na oposição: “Não vejo impossibilidade”
Parlamentar do União Brasil avalia que a chapa da oposição em 2026 deve ser formada por nomes de centro no RN
Diário do RN – O União Brasil se fortaleceu no Rio Grande do Norte em 2024, de que forma o senhor pensa que esse resultado pode direcionar para as eleições gerais em 2026?
Benes Leocádio – Olha, é natural que o partido, com o crescimento alcançado agora nas eleições de 2024, chegando a 28 prefeituras no Rio Grande do Norte, dentre elas as duas maiores do estado, Mossoró e Natal, e com participação também no maior colégio eleitoral, que é Parnamirim, elegendo a vice-prefeita, imagino que tem condições e estatura para se colocar no tabuleiro de discussões em 2026. Temos quadros e uma organização partidária sob a presidência do experiente senador José Agripino Maia. Acredito que será inevitável não se colocar o União Brasil no tabuleiro dessa discussão.
Diário do RN – O senhor acha que essa aliança formada em torno de Paulinho Freire deve continuar como uma união da oposição?
Benes Leocádio – Eu não só acredito que deva continuar, como torço para isso. O resultado de Natal pode ser tranquilamente repetido no Estado, até com ampliações. Os partidos de centro e direita que participaram da eleição de Paulinho Freire estarão naturalmente próximos para construir um entendimento nas eleições estaduais. Acredito eu que, se confirmarmos essa união, o União Brasil terá grandes chances de disputar a eleição de 2026.
Diário do RN – Quem o senhor acha que pode ser o nome ao Governo do Estado?
Benes Leocádio – Temos bons nomes, mas, sendo claro e direto, hoje o prefeito reeleito de Mossoró, Allyson Bezerra, demonstra capacidade, condições e sobretudo empatia do eleitor potiguar, como mostram os números. Claro que ainda é cedo, vamos ser realistas com isso, mas, se colocarmos o nome de Allyson em qualquer levantamento para 2026, naturalmente ele já é muito bem citado. Com organização partidária e alianças construídas, temos grandes chances de lançar uma candidatura, também com o apoio popular. Não adianta construir um arranjo partidário, político, sem a simpatia do povo. E eu tenho a impressão que Allyson, com quase 80% dos votos na sua reeleição, já tem uma largada com a grande demonstração de uma liderança muito forte, jovem, preparado e com condições para disputar o Governo do Estado.
Diário do RN – E quem poderia sair ao Senado nessa chapa?
Benes Leocádio – Hoje, vemos o senador Styvenson Valentim como um forte candidato à reeleição, pelo trabalho que vem realizando. Também há uma simpatia, declarada pelo prefeito Allyson, em relação à reeleição da senadora Zenaide Maia. É natural também que o PL apresente um nome forte, caso faça parte da discussão da formação da chapa, porque tem também bons quadros. Esperamos que as discussões partidárias conciliem interesses, para que possamos ir para o pleito com uma chapa competitiva, disputando de igual para igual e com reais chances de vitória.
Diário do RN – A senadora Zenaide, que faz parte da base do governo Lula, poderia compor com a oposição ao PT no Estado?
Benes Leocádio – Não vejo impossibilidade. Agora, o desejo ou a condição ou o projeto político, cabe à senadora ou ao partido dela, o PSD, definir qual será. O PSD, aliás, elegeu um bom número de prefeitos, e o esposo da senadora, Jaime Calado, retornou à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. Ele já declarou que não é nem de extrema direita nem de extrema esquerda, o que pode permitir uma aproximação nesse projeto de centro-direita.
Diário do RN – Há também o nome de Rogério Marinho, apontado pelo PL como possível candidato ao Governo. Como deve se dar esse diálogo com tantos nomes disponíveis?
Benes Leocádio – Rogério é um grande quadro, teve sucesso eleitoral recente como senador e fez um excelente trabalho como ministro da Integração Nacional, inclusive para o nosso Estado, com obras estruturantes, obras hídricas, principalmente. Mas, como mencionei, isso será parte de uma discussão entre as agremiações partidárias. Ele já declarou torcida para que o palanque de 2024 se repita em 2026. Acredito que, com diálogo, conseguiremos acomodar os interesses de todos os partidos envolvidos na construção da chapa majoritária.