Ícone da música potiguar, a banda Grafith completa 35 anos de muita história e tradição no Rio Grande do Norte. Uma história que começou no ano de 1988 e foi marcando gerações com sua musicalidade autêntica, tocando desde bailes a swingueiras, com músicas e hits que marcaram a “nação grafiteira”.
A história da banda, fundada pelos irmãos Kaká, Carlinhos, Joãozinho e Júnior, começou em 04 de novembro de 1988, quando os quatro tocavam de tudo, principalmente o estilo baile.
Júnior, vocalista e fundador, relembra esse começo ainda com a Banda Impossíveis. “Tudo começou em 1988, onde criamos o projeto da banda Grafith após termos passado alguns anos na banda Impossíveis, criando nome e sendo referência no cenário musical, onde as pessoas (grandes públicos) nos acompanhavam”.
Com a receptividade do grande público com a banda Impossíveis, os irmãos decidiram criar o projeto Sui Generes, que durou de maio de 1987 a novembro de 1988. “Mas, em 4 de novembro de 1988, que estreamos a banda Grafith. Já tínhamos percebido essa sintonia com o público, uma afinidade e muitos elogios em tudo que fazíamos e foi o que nos motivou a seguir em frente com o projeto”, continuou.
Ao longo desses 35 anos, muitos momentos foram marcantes na trajetória musical da banda, desde o primeiro aniversário – quebrando todos um padrão existente da época: “Ocorreram diversas críticas, afinal, naquela época não existia bandas comemorando festas de aniversário, de empresas mesmo, a gente não observava isso e daí criamos o primeiro ano de aniversário da banda”, relembra Júnior.
A expansão da banda atingiu os estados vizinhos, fazendo história e cativando o público além das divisas do Rio Grande do Norte. “Olhando um pouco para trás, por volta dos anos 90, nos marcou muito foi a aceitação do público de Pernambuco, Paraíba e parte do Ceará, onde conseguimos levar multidões aos shows”, contou o vocalista.
TRADIÇÃO NO MELA-MELA
A banda Grafith é presença certa nos maiores carnavais de todo o Estado, e foi em Macau – cidade da Costa Branca –, reconhecida por ter o tradicional “mela-mela” que o Grafith marcou história nos anos 2000. “Foi em 2000, um dos momentos que marcaram para vida toda, no carnaval de Macau, quando mais 100 mil pessoas, um público grandioso, seguiram atrás do nosso trio. Um momento muito único”, relembrou Júnior.
Segundo ele, os convites para tocar em bailes de formaturas foram também um divisor de águas, por ter uma aceitação de um público mais jovem e se tornar presença confirmada. “Os bailes de formaturas foram marcantes, pois desde o começo até hoje somos bastante solicitados pelos formandos. Isso fez com que atingíssemos todas as camadas sociais”.
MÚSICAS ICÔNICAS
Não é fácil se manter como protagonista no cenário musical por tantos anos, mas a cada ano que passa a nação grafiteira só aumenta e ganha novos fãs. Júnior revela que não é fácil essa adaptação musical, mas que é necessário ao longo dessa trajetória.
“É muito importante esse processo de adaptação, porque já vivemos três décadas e meia, daí as músicas possuem um tempo, uma identidade. No começo fazíamos muito baile, hoje tivemos que modificar nosso repertório para incluir novos estilos como piseiro, bregadeira, mas fazemos questão de manter vivo o repertório de flashback e o samba reggae”.
O músico revela ainda que a banda se reúne semanalmente, buscando sempre manter um repertório atualizado e manter o entrosamento entre os integrantes. “Os ensaios de nossa banda ocorrem semanalmente e é muito importante esse encontro como todos pois conseguimos criar um repertorio atualizado”.
Júnior confidenciou que o irmão Kaká tem um papel fundamental na escolha e triagem de músicas que entrarão no repertório. “Ele é o responsável, ele que aposta nas músicas sabendo se terá aceitação ou não do público. 80% dessa definição é de Kaká, 20% fica eu e Joãozinho, mais focado nas músicas do flashback, baladas que vamos inserir no repertório quando vamos para bailes, eventos corporativos. Mas, músicas da atualidade são todas com ele”.
Quem não conhece a famosa música “Chico bateu no bode”? Ela foi um marco histórico na carreira do grupo. Júnior relata que independente do tempo que passou, ela é um hino e todos cantam junto com a banda. “A música ‘Chico bateu no bode’ foi a que mais marcou, permanecendo por várias gerações e todos sabem cantar junto com o Grafith. Inclusive, essa música não é de composição nossa, é de Carlinhos Brown. Ele não imagina a grandiosidade da aceitação dessa música aqui no RN. Mas, é uma das referências que fazem parte da nossa playlist desde os anos 90 e a outra é “Faraó” de Margarete Menezes, é outra que realmente não sai da nossa lista”.
FESTA DOS 35 ANOS
A festa de comemoração dos 35 anos acontecerá no dia 04 de novembro, na Shock Casa Show, na zona norte de Natal, com a participação de cantores locais e MC’s. O vocalista deixou o recado, convidando a cada um para participar desse grande evento. “Nesse dia 04, faremos um grande show na Shock, com uma estrutura impecável e um repertório voltado para todas as gerações vamos fazer uma viagem no tempo da música do passado ao presente”.