Por Carol Ribeiro
O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) reagiu, nesta quarta-feira, às declarações do prefeito de Mossoró e pré-candidato ao Governo do Estado, Allyson Bezerra (SD), que, em entrevista, criticou o que chamou de “soluções mágicas” apresentadas por outro pré-candidato ao Executivo, referência indireta a Rogério Marinho (PL), principal nome da direita na disputa de 2026, criticando ideias apresentadas pelo senador.
Azevedo tratou a entrevista de Allyson como contradição dentro do campo governista. Para o deputado, o prefeito representa um segmento da esquerda ao ser apoiado pela senadora Zenaide Maia (PSD), vice-líder do governo Lula no Senado, o que o coloca em outra posição ideológica, distante da direita representada por Rogério.
“Eu penso que a esquerda está dividida. Tem duas pré-candidatas ao Senado. A governadora Fátima Bezerra apresentou o seu pré-candidato a governador, que é Cadu. E a senadora Zenaide Maia, também da esquerda, vice-líder do governo no Senado, apresentou o seu pré-candidato ao governo, que é Allyson Bezerra. Então são pautas muito defendidas, são bandeiras defendidas pela esquerda”, afirmou.
Allyson, que se coloca como alternativa de centro no cenário estadual, afirmou que discursos como reduzir repasses ao Judiciário, demitir servidores e vender ou fechar a UERN “não passam de propostas populistas” e não resolvem os problemas do Rio Grande do Norte. Para ele, “atacar o Judiciário é ignorar o papel fundamental da Justiça; culpar servidores é desonesto com quem mantém o serviço público funcionando; e apontar a UERN como problema é desconhecer que a universidade forma mais de 90% dos professores da rede potiguar”. A fala foi ao Central Agora RN.
O posicionamento ampliou o distanciamento político entre as pré-candidaturas de Allyson e de Rogério, e reforça a expectativa de duas candidaturas separadas ao governo em 2026, sem composição entre centro e direita.
Azevedo criticou a gestão estadual e disse que o Estado “não aguenta mais outra gestão de esquerda”. “O Rio Grande do Norte não tem dinheiro para pagar folha de pessoal. Mais uma vez, o governo da esquerda, que está dividido entre Zenaide com Allyson e Fátima com Cadu, atrasou a folha de pagamento. As pensionistas ficaram de novo pelo segundo mês consecutivo sem receber o seu salário”, declarou. Segundo ele, “a esquerda foi um desastre para o Brasil”.
Ao comentar o ambiente econômico, Azevedo atacou entraves ambientais e defendeu mudanças de orientação política. “Queremos que o Rio Grande do Norte passe a ter uma perspectiva de prosperidade, geração de emprego, renda e atração de recursos. […] As licenças do Idema levam anos para sair, e o investidor deixa de vir para o Estado”, disse.
O deputado reforçou que a direita seguirá com projeto próprio nas eleições estaduais. “Nós não queremos a continuidade do governo de esquerda com candidatos, seja de Zenaide Maia, seja de Fátima Bezerra”, concluiu.
Com o novo capítulo de trocas de críticas, a disputa pelo governo em 2026 se desenha com três campos isolados: o governista, com Cadu; o centro, com Allyson; e a direita, com Rogério Marinho, sem perspectivas de aliança entre estes dois últimos.

