O caso que aconteceu na manhã desta terça-feira (17), dentro da Escola Estadual Berilo Wanderley, em Neópolis, na zona Sul de Natal, repercutiu nas redes e teve grande impacto no Rio Grande do Norte. O ato envolveu uma menina de 19 anos identificada por Lyedja Yasmim, uma professora, e um outro aluno da escola.
A jovem foi responsável por atirar contra a professora, mas o tiro pegou no aluno que entrou na frente. Após o caso ganhar repercussão, o pai do estudante se posicionou em uma entrevista realizada pela TV Tropical. “Eu tinha acabado de finalizar uma corrida em Nova Parnamirim (motorista por aplicativo). Quando tocou o telefone, que eu atendi e era uma pessoa que se identificou como sargento da polícia. Falando que ele tinha sofrido um incidente e que eu fosse no colégio”, disse Marcelo Morais, pai do aluno.
“Eu fui achando que era uma briga de moleque. Quando cheguei, vi uma coisa de cinema. Polícia em todo canto, Samu, PRF de fuzil na mão. Quando chego, encontro meu filho em uma ambulância, com um tiro na cabeça”, acrescentou o pai.
Conforme Marcelo, o jovem é tranquilo e só sai de casa para estudar e trabalhar. “Ele não é muito de sair. Ele fica no condomínio, que é muito grande. Sai para o trabalho, para o curso. Fica com os amigos e a namorada no condomínio. Está faltando muito Deus no coração do povo”, afirmou.
“A gente não esperava uma situação dessa. Espero que as autoridades tomem providências, que deem mais segurança. Espero que não aconteça mais isso, que outro pai, outra mãe não sofra com essa situação. Não desejo que nenhum pai passe por essa situação. É muito doloroso”, completou.
Além da entrevista do pai, outras pessoas se posicionaram, e órgãos se posicionaram. Este é o caso da Governadora Fátima Bezerra, que usou as redes sociais, para prestar solidariedade: “não existe lugar para a violência nas nossas escolas. A segurança de toda a comunidade escolar está e estará sempre em primeiro lugar. Me solidarizo imensamente com a família do estudante atingido, e deixo claro que estamos fazendo de tudo para solucionar esta questão”, destacou.
De acordo com ela, o ministro da Educação, Camilo Santana, prestou apoio e enviou uma equipe do Ministério da Educação (MEC) para dar suporte ao trabalho que está sendo realizado pela Secretaria de Educação do RN em parceria com as forças de segurança.
“O ambiente escolar é um espaço sagrado de aprendizado e crescimento. Não iremos tolerar a invasão deste lugar tão essencial para nossa sociedade. Eu seguirei, junto à SEEC, acompanhando de perto a situação de todas as nossas escolas”, afirmou.
A Secretaria de Educação também se pronunciou em nota. “A secretaria reforça que a segurança dos estudantes, professores e funcionários é prioridade e que acompanha de perto os desdobramentos deste caso. Expressamos nossa solidariedade à família do estudante atingido e a comunidade escolar. Reiteramos nosso compromisso em colaborar para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, pontuou.
Logo mais, a diretora da escola, Mara Celle, afirmou que não havia histórico de problemas com a estudante. Ela ainda explicou que a jovem era uma aluna “muito ausente” e que não tinha relatos envolvendo problemas com professores e alunos na comunidade escolar.
A diretora destaca que estava na sala da diretoria no momento da ocorrência e não sabe afirmar quem seria o alvo da aluna. “Eu só escutei o barulho do tiro e quando cheguei no corredor a aluna estava no chão imobilizada. O que eu soube é que ela chegou na sala. Não avisou, ou anunciou nada, já chegou para resolver a questão que não sabemos qual ela tinha [para resolver]”, complementa.
A diretora esclarece que o caso aconteceu por volta das 8h, durante o momento de aplicação das provas da turma. Na ocasião, a jovem estava com parte do material usado para os tiros na cintura e outra parte na mochila.
Mara Celle, esclarece que o aluno que foi atingido está no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e foi examinado. “Ele está bem. Está com a família e uma professora da escola”, esclarece.
A diretora destaca que a escola está a disposição para que a investigação por parte da Polícia corra de acordo com o planejado. As Polícias Militar e Civil serão responsáveis por repassar futuras informações sobre o caso para o público.
Devido a ocorrência, a diretora da escola afirma que as atividades da instituição foram suspensas nesta terça-feira e tanto alunos quanto professores foram dispensados.
Após os disparos, a estudante de 19 anos foi rendida por outro aluno e presa em flagrante pela polícia.