Por Bosco Afonso
Bem que a professora Maria de Fátima Bezerra poderia ter elegido como sua prioridade o setor de educação, já no seu primeiro mandato. Se não foi decepcionante, pode se afirmar que a Educação na primeira gestão da professora Fátima Bezerra não passou de um registro convencional, com nota quase que reprovável.
Pode até dizer que o rendimento abaixo do esperado no setor da Educação foi em função da pandemia. Pode até se aceitar essa ponderação. Na verdade, a primeira gestão da governadora Fátima Bezerra foi sofrível em quase todos os setores, enquanto ela olhava apenas pelo retrovisor, apenas para culpar o seu antecessor Robinson Faria.
Agora, a situação é outra. Fátima Bezerra vai ter que olhar para o espelho que está à sua frente. Não pode mais reclamar de nada. Nem da falta de apoio do governo federal, apesar de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter feito substanciais repasses financeiros, tanto na parte estruturante – através de recursos voltados para o setor hídrico – quanto no setor da saúde, apoiando as imediatas providências contra o Covid-19.
Fátima tem a seu favor uma estrutura política consolidada com apoios na Assembleia Legislativa, a partir do seu presidente Ezequiel Ferreira de Souza, com o seu vice-governador Walter Alves que conta com cerca de 40 prefeitos e logo, logo contará com o apoio de uma das instituições mais fortes que é a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN. Isso sem falar do apoio irrestrito do governo federal capitaneado pelo seu companheiro partidário de longas datas, Luiz Inácio Lula da Silva. Esse, primordial.
A governadora Fátima, mesmo com o apoio do companheiro Lula, tem que ter a consciência que não pode governar apenas para o seu partido, o Partido dos Trabalhadores – PT. Não pode direcionar o seu mandato apenas para Natália, nem muito menos apenas para Mineiro. Fátima não pode se voltar apenas para os interesses do seu leal companheiro Francisco do PT, nem também só para Divaneide ou para Isolada Dantas. Ela tem que saber fazer o dever de casa.
A governadora Fátima Bezerra está politicamente bem robusta e em nome dessa robustez é que deve esquecer o radicalismo de seu partido e governar como uma magistrada, enxergando apenas o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
Ela está com a faca e queijo nas mãos. Ela fez o dever de casa, quando escolheu peças importantes na sua primeira gestão. Peças como Aldemir Freire, no Planejamento; como Carlos Eduardo Xavier, o Cadú, na Tributação; e também a dupla Jaime Calado/Silvio Torquato, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
E ela, Fátima Bezerra, pode muito bem contribuir decisivamente com a história do Rio Grande do Norte, no seu desenvolvimento, ao implantar um marco histórico com a consolidação do setor energético do estado. O caminho está bem pavimentado, mas precisa de independência e fortalecimento em sua estrutura para que tudo posso caminhar no mesmo ritmo que as energias renováveis do RN estão contribuindo para com o Brasil.
Uma secretaria específica, aproveitando toda a equipe que hoje se acotovela na SEDEC, acrescida de técnicos com conhecimentos aprimorados, seria o ideal para que a gestão Fátima Bezerra venha alcançar resultados inimagináveis no setor e, assim, contando com novos investimentos viabilizados pela Petrobras com o companheiro Jean na presidência, fazer com que as perspectivas de implantação do Porto Indústria Verde, a ampliação na exploração da energia eólica em terra, a consolidação da exploração da energia eólica no mar (offshore) e a geração de energia solar se consolidem e contribuam para que o setor se transforme no marco da gestão da professora.