PEDRO PEREIRA: 25 ANOS DE ARTE E CELEBRAÇÃO
RAÍZES E FORMAÇÃO
Pedro Pereira da Silva, conhecido artisticamente como Pedro Pereira, nasceu em Passa e Fica (RN) no dia 25 de fevereiro de 1963, filho de José Pereira e Damiana Dalila. Desde muito jovem revelou interesse pela criação artística e pela experimentação com cores e formas, tornando-se uma das figuras mais atuantes das artes visuais potiguares. Fez seus primeiros estudos de pintura na Oficina de Gravuras Rossine Perez e no Ateliê Central – NURE/RN, durante os anos de 1980 e 1981, período de intensa efervescência artística em Natal.
O APRENDIZADO E A DESCOBERTA
Ainda no início da carreira, Pedro participou de oficinas de arte contemporânea ministradas por nomes de destaque nacional, como Sérvulo Esmeraldo e Raul Córdula, o que ampliou sua percepção estética e o colocou em sintonia com os movimentos artísticos que renovavam as linguagens plásticas no Nordeste. O jovem artista desenvolveu, então, uma visão própria e questionadora, que unia técnica, sensibilidade e crítica social, elementos que se tornariam marcas constantes de sua produção.


A INVENÇÃO DA ARTE CAMISETA
No final da década de 1980, Pedro Pereira criou um estilo inusitado: a Arte Camiseta. A proposta consistia em substituir o suporte tradicional da tela por camisetas, transformando o corpo em espaço para a expressão artística.
A iniciativa rapidamente ganhou repercussão, democratizando o acesso à arte e rompendo as barreiras entre ateliê e rua. Com essa ideia, Pedro aproximou o público da criação estética, levando a arte para o cotidiano e propondo uma nova forma de diálogo entre artista e sociedade.
O 8 DE MAIO E O LEGADO DAS COMEMORAÇÕES
Em 1999, Pedro tornou-se o precursor das comemorações do Dia do Artista Plástico em Natal. Ao folhear uma agenda escolar, descobriu a data de 8 de maio, instituída em homenagem ao pintor José Ferraz de Almeida Júnior, e decidiu transformá-la em celebração local.
Com o apoio da Fundação Hélio Galvão e da fotógrafa Candinha Bezerra, organizou o primeiro evento com artistas como João Natal, Vicente Vitoriano, Marcelus Bob, Ilíria Galvão, Flávio Freitas, Rosa Maciel, Carlos Humberto Dantas, entre outros.
A exposição ocorreu no Solar Bela Vista, em 10 de junho de 1999, e teve a renda revertida à Casa Durval Paiva, unindo arte e solidariedade. Desde então, o 8 de maio passou a integrar o calendário cultural oficial de Natal e do Estado do RN, com homenagens na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa.
RECONHECIMENTO E PERMANÊNCIA
Mesmo após sofrer um AVC em 2002, Pedro Pereira manteve viva a chama do projeto, participando de homenagens e exposições. Em 2013, a Fundação Capitania das Artes o convidou para uma palestra sobre o histórico das comemorações e uma mostra de suas obras, consolidando sua importância para a cultura potiguar.
Com exposições realizadas em Recife, Brasília, Fortaleza, Portugal e Espanha, o artista construiu uma trajetória de resistência, criatividade e partilha.
Mais de duas décadas depois, a semente plantada em 1999 segue florescendo. A cada 8 de maio, quando Natal celebra seus artistas, o nome de Pedro Pereira ecoa como símbolo de dedicação, sensibilidade e amor à arte. Em 2024 participou da exposição “Era Uma Vez…”, em comemoração aos dez anos dos Amigos da Pinacoteca Potiguar, e na mesma instituição, tem participado de diversos Salões Dorian Gray de Arte Potiguar.