FERNANDO GURGEL: CAMINHOS DE UM ARTISTA POTIGUAR
BIOGRAFIA
Do curador de artes visuais e pesquisador da História da Arte, Manoel Onofre Neto e de Rodrigues Galeria de Artes, encontro informações importantes sobre Fernando Henrique de Oliveira Gurgel, as quais destaco na minha coluna. De nome artístico Fernando Gurgel, nasceu em 10 de abril de 1958, em Natal (RN), filho do folclorista, poeta e historiador potiguar Deífilo Gurgel (1926-2012) e de dona Zoraide Gurgel. Desde muito cedo demonstrou sensibilidade artística. Aos 11 anos, realizou sua primeira exposição individual, revelando não apenas um talento precoce, mas também uma maturidade criativa rara para sua idade. Apesar da natural vocação para a arte, Fernando nunca encarou sua produção como mero dom inato. Para ele, o ato de pintar é um processo disciplinado, um constante exercício de pesquisa, reflexão e construção poética. Sua obra nasce de um trabalho metódico e sensível, em que a emoção encontra o rigor técnico. Como afirmou o crítico e artista Dorian Gray, “Fernando Gurgel recria o seu cotidiano mágico e poderoso. A visão das coisas reinventadas pelo artista. Necessidade interior de entregar aos nossos olhos cansados um mundo anímico de visões esplêndidas.”
TÉCNICA, ESTÉTICA, ESTILO E EXPRESSIVIDADE PESSOAL


Em 1981, iniciou seus estudos formais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Posteriormente, especializou-se em técnicas variadas, como aquarela no Centro Alberto Kaplan (1985), gravura no Atelier Lasar Segall (1988), e desenho na Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo (1988). Essa formação sólida permitiu-lhe desenvolver um estilo próprio, vinculado ao figurativo contemporâneo, sem perder o caráter lírico e subjetivo.
Fernando Gurgel aplica principalmente a técnica de acrílico sobre cartão, recorrendo também à colagem como linguagem complementar. É defensor do estudo permanente da arte e cita entre suas influências os nomes de Ismael Nery, David Hockney e Escher, que dialogam com sua poética visual.
ALGUMAS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
Participou de inúmeras exposições individuais, entre elas: Galeria da Biblioteca Pública Câmara Cascudo, Natal/RN (1969); Galeria Officina, Recife/PE (1976); Novotel Ladeira do Sol, Natal/RN (1988); Galeria UM – Terra Ilustrada, Natal/RN (1999); Espaço Maturi (2004); Aliança Francesa (2007); e Pinacoteca da UFAL, Maceió/AL (2014), esta última por edital nacional. Destaca-se ainda a mostra “Devotos”, em 2016, homenagem ao seu pai, e, “Corpocidade”, na Pinacoteca do Estado do RN (2024), sob a curadoria de Manoel Onofre Neto e expografia de André Barros.
ALGUMAS EXPOSIÇÕES COLETIVAS
Sua presença em exposições coletivas também é marcante. Esteve em Brasília, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife, Goiânia, São Paulo, e participou de intercâmbios culturais internacionais: Alemanha (1991), Portugal (1993), Espanha (1995), EUA e Itália (2018), com destaque para eventos como “Artistas Brasileiros” (Senado Federal), “Construtores do Brasil” (Câmara dos Deputados) e “Arte RN” (FIESP-SP).
PRÊMIOS
Ao longo da carreira, colecionou diversos prêmios: 1º lugar no Prêmio Governador do Estado do RN (1976), 2º lugar no Prêmio SESC (1985), além de seleções em salões de arte contemporânea em Recife, São Paulo e Natal. Suas obras figuram em coleções públicas, como a da Secretaria de Assistência Social do RN, Casa da Indústria, e o SEBRAE/RN, bem como em acervos particulares no Brasil e no exterior.
UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO
Seu trabalho representa um olhar sensível sobre o cotidiano, permeado por uma atmosfera introspectiva, simbólica e, sobretudo, destacando profundamente a sua brasilidade e suas raízes nordestinas.