A ARTE EXPRESSIONISTA E OS SÃO FRANCISCO DE ASSIS MARINHO
BIOGRAFIA
Falar de Assis Marinho é revisitar a alma do Nordeste em pinceladas intensas, formas livres e olhares que atravessam o mundo. Nascido em 4 de fevereiro de 1960, em Cubati (PB), carrega no corpo e na arte o peso das secas e a força criadora do sertanejo. Aos quatro anos, sua família migrou para São João do Sabugi, no Seridó potiguar, um chão de resistência que moldou tanto o homem quanto o artista visceral que viria a se revelar. Filho de Walfredo Marinho de Farias e Luzia Jacinta de Medeiros, começou a expressar-se com as próprias mãos desde menino.
UM AUTODIDATA QUE DISPENSA O ACADEMICISMO
Assis sempre teve uma aura intensa e misteriosa. Nunca seguiu os caminhos convencionais da arte, tampouco frequentou salões acadêmicos. Foi autodidata em essência: aprendeu observando a vida, absorvendo as dores e belezas do sertão. Sua irmã, Maria do Livramento dos Santos, a Mentinha, preserva essa história familiar com afeto. É dessa vivência que nasce sua arte confessional, feita de sussurros e verdades.
RAÍZES EM NATAL
Na adolescência, mudou-se para Natal. A capital potiguar não foi só abrigo, mas terreno fértil onde floresceu artisticamente. Começou vendendo retratos nas ruas até conquistar, em 1979, o Prêmio Newton Navarro, pela galeria da Biblioteca Câmara Cascudo. A premiação foi um marco em sua trajetória, revelando ao estado e ao país um novo talento das artes plásticas.
TÉCNICA APURADA E IDENTIDADE PRÓPRIA


Chegou a cursar a Escola Panamericana de Arte, em São Paulo. Mas sua permanência foi curta, não por falta de talento, mas por já dominar técnicas ensinadas. Na capital paulista, absorveu influências do modernismo europeu e do expressionismo brasileiro, mantendo sempre o sertão como o núcleo simbólico de sua obra.
RECONHECIMENTO E EXPOSIÇÕES
Representou o Rio Grande do Norte no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e expôs em coletivas na Espanha e Itália. Em sua arte, convivem o vaqueiro, o lavrador, o palhaço circense, Dom Quixote, Jesus Cristo e, com especial frequência, São Francisco de Assis, seu personagem mais constante e reconhecido. O santo é símbolo de humildade, dor e espiritualidade. A “alegria triste” de seus personagens revela o tom melancólico e poético que atravessa toda sua produção.
ENTRE TÉCNICAS E MEMÓRIAS
Assis domina técnicas como óleo sobre tela, carvão, giz de cera e aquarela. Ainda que distante do sertão fisicamente, carrega-o em cada traço. Em 2019, a mostra Terras Potiguares apresentou 20 obras sobre a identidade local. Já As Fases de Assis, no NAC, revelou 42 trabalhos de diferentes épocas, traçando sua evolução. No início da carreira, dividiu experiências com Vicente Vitoriano, também artista plástico e ex-professor da UFRN.
SAÚDE FRÁGIL, ARTE VIVA
Hoje, enfrentando problemas de saúde, Assis continua a produzir e resistir. Seu legado está gravado na cultura nordestina. O sertão que o formou agora vive em cada obra que assina, porque o sertão, mais que paisagem, é arte viva.
Fontes:
https://www.blogdajuliska.com.br
https://fabiofariasf.blogspot.com/2010/01/o-artista-perfil-de-assis-marinho.html
https://paraibacriativa.com.br/artista/assis-marinho
https://seridovisual.com/artistas/assis-marinho
https://silveiradias.adv.br