A INQUIETUDE DE ANCHIETA ROLIM E SUAS ARTES GEOMÉTRICAS
SOBRE O ARTISTA
José de Anchieta da Silva Rolim, mais conhecido como Anchieta Rolim, nasceu na cidade de Areia Branca, em 1962. Filho de José Ivani Rolim, natural de Cajazeiras, Paraíba, e Alzenir da Silva Rolim, originária do interior do Ceará. Anchieta carrega uma rica herança cultural em sua trajetória. Um fato marcante de sua história familiar é a contribuição de seu tio-avô, Zé Rolim, que fundou a primeira farmácia de manipulação em Areia Branca, tornando-se o farmacêutico pioneiro do município. Descrito como um artista “inquietante”, Anchieta Rolim personifica a essência da vanguarda, inovação, subversão e expansão nas artes. Sua produção artística reflete um constante estado de transformação, transitando entre movimentos e estilos com uma impaciência criativa que rejeita a estagnação. Pintor, escultor e poeta, Anchieta não se limita a rótulos ou práticas convencionais, demonstrando um desejo contínuo de explorar novas possibilidades.
A CRÍTICA E O ARTISTA
Embora críticos o classifiquem como um artista abstrato, concreto, geometrista tridimensional ou, na escultura, como um seguidor do modernismo influenciado por Auguste Rodin (1840–1917), sua obra transcende definições. Ele é, acima de tudo, um artista visual completo, abrangendo pintura, desenho, escultura, fotografia e técnicas associadas às Artes Plásticas. Ainda assim, essas análises críticas não esgotam a singularidade de sua produção, que merece uma abordagem mais abrangente e detalhada.
A ARTE NA TENRA VIDA
Desde a infância, Anchieta demonstrou talento para o desenho e a escultura. Quando questionado sobre sua formação poética, sua resposta é direta e profunda: “a escola da vida”. Em uma entrevista concedida ao programa Manhã da TCM, em 2016, com a jornalista Lilian Martins, ele revelou que a poesia surgiu como um meio de expressar os desabafos que não conseguia traduzir em pinturas ou desenhos. A escrita, assim, tornou-se um veículo para abordar as mazelas sociais e políticas que o inquietam profundamente.
SEMPRE INOVADOR
Anchieta Rolim é um artista em constante renovação, cujas obras refletem não apenas sua trajetória pessoal, mas também uma leitura crítica do mundo ao seu redor. Sua arte é uma manifestação de resistência e transformação, ecoando as complexidades e desafios de seu tempo.
LINGUAGENS IMPORTANTES E SÉRIES
Na Escultura: Clones, Mutantes e Filósofos, executadas com técnicas em cimento e argila. Na pintura, destacam-se as séries Geoformas e Abstratos, enquanto, nos desenhos, obras como Máquinas, Cidade IV e Cidade I, além de dezenas de trabalhos em arte digital, ilustram sua versatilidade. Ele publicou os livros Agonia (2005), Contagem Regressiva (2013), Simbiose (2015), além de uma antologia poética virtual intitulada Poemas de Amigos, lançada em 2015. Sua atuação vai além da arte: Anchieta é também um promotor da leitura e da cultura em sua cidade natal, tendo idealizado o projeto Leitura Livre, que busca democratizar o acesso à literatura, oferecendo livros gratuitamente a diversos setores da sociedade areia-branquense.
ALGUMAS EXPOSIÇÕES IMPORTANTES
• Exposição Geoformas (2011), na Pinacoteca do Estado do RN;
• Exposição Cidades (2015), na Galeria Convivart – NAC/UFRN;
• Mostra de Artes Visuais Malakoff, em Recife-PE;
• A Industrialização do Santo Cristo (2009), na Capitania das Artes, Natal-RN.
• Exposição Era Vez… Sob a Curadoria de Manoel Onofre Neto, 10 Anos dos Amigos da Pinacoteca.
Com uma trajetória marcada pela inovação e pelo compromisso com a arte e a cultura, Anchieta Rolim permanece como uma referência no cenário artístico potiguar e brasileiro.