O Atlético-MG agiu rápido para conter a crise com o elenco e pagou, nesta quarta-feira (23), os valores que estavam em aberto com os jogadores. O direito de imagem que venceu no dia 20 de julho e as férias foram acertados. Segundo apuração, o dinheiro para a quitação veio de um aporte pessoal de Rubens Menin, sócio majoritário da SAF.
Com o pagamento garantido, o atacante Rony, que havia acionado o clube na Justiça pedindo a rescisão de contrato, desistiu da ação. A decisão foi tomada após uma conversa com a diretoria.
Para “acertar os ponteiros” e acalmar os ânimos, Rubens Menin e outros membros da cúpula do Galo se reúnem com os jogadores na Arena MRV na tarde desta quarta, antes do treino. O time se prepara para enfrentar o Atletico Bucaramanga, na quinta-feira, pelos playoffs da Copa Sul-Americana.
Entenda a crise financeira do Galo
A crise financeira do clube com o elenco chegou ao seu ápice na terça-feira (22), quando Rony pediu a rescisão unilateral e foi revelado que outros atletas, como Guilherme Arana, Gustavo Scarpa e Igor Gomes, também haviam notificado o clube por atrasos.
A dificuldade para honrar compromissos de curto prazo acontece mesmo com o modelo de SAF. O Atlético fechou 2024 com cerca de R$ 300 milhões de prejuízo e, segundo o último balanço, a dívida total está na casa de R$ 1,8 bilhão. Uma análise do economista César Grafietti aponta que o valor pode chegar a R$ 2,3 bilhões e que o clube precisa de um aporte de mais de R$ 500 milhões para equilibrar as finanças.
Em junho, Rafael Menin, outro acionista da SAF, admitiu os problemas. “Foi um semestre duro. Atraso de salário, de imagem, teve um atraso menor, de 10, 15 dias. Isso já aconteceu em 2023, 2022, 2021. O clube faz uma mea-culpa”, disse na ocasião.
A solução: Mudança na SAF
Para tentar resolver o problema de forma estrutural, o clube busca um novo aporte milionário. Para viabilizá-lo, o Conselho Deliberativo foi convocado para o dia 4 de agosto para votar uma alteração na “cláusula anti-diluição”, que hoje protege a associação (clube social) de ter sua participação de 25% na SAF diminuída.
Com a mudança, a parte da associação poderia ser diluída caso a SAF receba um novo investimento de, no mínimo, R$ 200 milhões, o que é visto pela diretoria como essencial para a saúde financeira do clube a longo prazo.
*Com informações GE