Por Bosco Afonso
A reeleição para cargos executivos no Brasil passou a vigorar através da Emenda Constitucional nº 16, de 1997, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo FHC, conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para renovar o seu próprio mandato.
O instrumento permitiu que vários prefeitos e governadores tentassem suas reeleições, mas no Rio Grande do Norte, enquanto homens e mulheres conseguiram reeleições para os executivos municipais, apenas duas mulheres foram capazes de conseguir o feito em renovar os seus mandatos no Governo do Estado.
A primeira mulher a conseguir se reeleger para o cargo de Governadora foi também a primeira mulher a dirigir o executivo estadual: Vilma Maria de Faria.
Integrante de família envolvida com a política partidária, Vilma Maria de Faria Maia era esposa do então governador biônico Lavoisier Maia e foi com a sua participação na gestão estadual, na condição de Secretária do Bestar Social que desenvolveu um trabalho representativo na área. E mesmo perdendo a sua primeira disputa eleitoral quando foi candidata a Prefeita de Natal em 1985, serviu como um trampolim para se eleger Deputada Federal e integrar o quadro de Constituintes, quando ocupou o cargo apenas por dois anos e em 1º de janeiro de 1989 já assumia a Prefeitura de Natal.
A marca de trabalho na Prefeitura de Natal credenciou a Vilma de Faria a se eleger e a assumir o cargo de Governadora do Estado a partir de 1º de janeiro de 2003 e em 2006 foi a primeira governanta reeleita no Rio Grande do Norte, estendendo o seu mandato até final de março de 2010.
A trajetória política da ex-primeira dama, da ex-deputada federal, da ex-prefeita de Natal e ex-governadora do RN foi encerrada com a sua morte, em 15 de junho de 2017, na ocasião em que exercia o cargo de Vereadora de Natal.
A trajetória política da segunda mulher a conseguir reeleição para o Governo do Estado do Rio grande do Norte começou no sindicalismo de onde Maria de Fátima Bezerra alçou voo e chegou à Assembleia Legislativa.
Fiel às suas origens, filiada ao Partido dos Trabalhadores desde 1981, teve que enfrentar embates internos no PT, mas sempre dialogando e buscando alcançar maiores espaços políticos. E após a sua primeira eleição como Deputada Estadual não ficou sem mandato até hoje, embora tenha sido derrotada em três eleições, quando disputou a Prefeitura de Natal em 2000, 2004 e 2008.
Fátima Bezerra foi deputada estadual entre 1º de janeiro de 1995 a 1º de janeiro de 2003; eleita deputada federal por três mandatos consecutivos, de 1º de fevereiro de 2003 a 1º de fevereiro de 2015; Senadora, entre 1º de fevereiro de 2015 a 1º de janeiro de 2019, com mandato interrompido para assumir o Governo do Estado.
Em 2018, a então senadora Fátima Bezerra disputou a eleição para o Governo do Estado, enfrentando o então governador Robinson Faria e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves. Derrotou Carlos Eduardo Alves no segundo turno das eleições, ocasião em que obteve 57,60% dos votos válidos.
Disputando sua reeleição, em 2022 enfrentou como seus adversários mais fortes o ex-deputado Fábio Dantas e o ex-senador Styvenson Valentim ganhando a eleição já no primeiro turno, com 58,31%, Maria de Fátima Bezerra se tornou a segunda mulher a renovar o mandato de Governadora no Rio Grande do Norte.