“Ser avó é um carinho que nunca acaba, é ternura, delicadeza, doçura… Ser avó é proteger, educar com sabedoria, mimar e abençoar” é assim que a vovó Terezinha Pereira, 70 anos, define seu sentimento de ser avó. Dedicamos o dia 26 de julho àqueles que são sinônimos de amor, experiência e dedicação, os avós.
Dona Terezinha, conta como é essa relação com os netos e sua satisfação em poder cuidar de cada um: “tenho três netas e um neto, amo todos de coração, nos encontramos aos finais de semana. Gosto de fazer mimos, levar para tomar café da manhã juntos, presentear. Gostaria de ter mais tempo, porém cada um tem suas atividades”.
Vivemos um período em que cada vez mais os avós quebram os paradigmas de que ficam apenas em casa, cuidando dos afazeres ou que se tornam totalmente dependentes dos seus filhos. Essa é a geração da independência, de vovós e vovôs cada vez mais ativos. Dona Terezinha, conta ainda que tem uma rotina bem movimentada: “gosto de me cuidar, zelar pela minha saúde, do meu corpo e da mente. Frequento grupo de idosos com aulas de exercícios para memória, alongamento, palestras sobre saúde e alimentação”.
Terezinha detalha como é seu dia e todas as atividades que está envolvida: “tenho uma vida bem agitada, acordo às 05h da manhã e vou para a aula de ballet, depois sigo para academia fazer musculação e volto pra casa, organizo o que é necessário e aguardo para começar as atividades na parte da tarde. Durante a tarde, faço aula de dança, instrumentos musicais e também aula de canto”.
Outro hobby que dona Terezinha revela é de viajar: “gosto bastante de viajar, estou sempre viajando com um grupo. É sempre muito divertido, faço novas amizades, conhecemos novos lugares e visitamos locais como museus, bibliotecas”. Dentro dessa movimentada rotina, dona Terezinha conta que junto ao seu grupo realizam um trabalho social: “levamos um pouco de alegria e descontração para casas de apoio a idosos, fazemos apresentações musicais com o coral e também com os instrumentos, além de ter as apresentações de dança”.
Dentro de toda essa rotina agitada, dona Terezinha revela que a saudade ocupa um grande espaço: “tenho dois netos que moram fora, tenho muita saudade deles, sinto falta do aconchego, do carinho. Mas, mesmo distante estão dentro do meu coração”. A relação com a saudade e a distância não é uma realidade só de Terezinha, muitas vovós precisam criar estratégias e alternativas para amenizar a saudade dos netos.
Esse é o caso de Mariinha Cardoso, professora de uma escola particular de Natal e que recorre a internet para amenizar a saudade do seu primeiro netinho, Lucas de José de 1 ano e que mora em Mossoró: “é muito difícil lidar com a saudade, mas com a internet – chamada de vídeo – fica mais fácil de se fazer presente. Fico sempre ligando, falando com ele, mas não é igual a estar presencialmente. Minha filha sempre me manda os vídeos, fotos, do que estão fazendo, então assim vou tentando amenizar a saudade”. Conta ainda que fica ansiosa pelo momento do reencontro e que devido a rotina de trabalho muitas vezes precisa fazer bate-volta até a cidade de Mossoró, mas que todo esforço vale a pena: “sempre que consigo viajo na sexta-feira e volto no domingo, nesse período é todo dedicado a Lucas, a minha filha e meu genro. Fico contando os minutos, os segundos para chegar e poder encher de amor”.
Mariinha relata que muitas vezes durante a confecção de materiais para as atividades como professora sempre faz a mais pensando no neto: “sempre que saio e vejo algo que lembro dele, compro e sempre que confecciono já deixo um guardado para quando encontrar poder entregar. Sempre que você está confeccionando algo para quem você ama, sempre vai um pedacinho de amor, de carinho e vem uma sensação de felicidade indescritível para que ele sempre fique com um pedacinho da vovó”.
A saudade e a distância também fazem parte da vida de Maria de Fátima, 69 anos, que precisa se dividir e fazer a ‘ponte aérea’ para poder também estar presente na vida do neto que mora longe: “É muito difícil lidar, conviver com um neto numa cidade e outro em outra região bem diferente. Passei março e abril em Linhares/ES para ficar com meu neto e passar o aniversário dele, retornei para Natal para acompanhar apresentação de balé, evento na escola, mas desde o dia 18 de junho que estou aqui de novo”.
Porém, o coração fica dividido e dona Maria de Fátima relata que quando está longe a saudade aperta da netinha que ficou em Natal: “Eu fico morrendo de saudade da minha neta Letícia, estou de coração partido. Feliz por estar com ele, mas morro de saudade. A cada mensagem, cada vez que revejo as fotos e vídeos, a saudade aperta”, afirma que tenta aprender a conviver com essa ausência devido à distância: “É assim, quando a gente está junto com um, sente saudade do outro.
Eu vou voltar para Natal, mas me apeguei muito a Miguel e sentirei bastante saudade dele. Mas, temos que aprender a lidar com as ausências e ir encontrando formas de ter mais contatos”.
Revelou ainda o desejo de conseguir dividir muito tempo com os dois netos: “Espero conseguir dividir muito esse tempo com os dois, já que infelizmente não é possível ter os dois no mesmo lugar. Sou uma pessoa feliz com eles e é muito bom ser avó”.
NETOS
Não há ninguém melhor para falar sobre os avós se não forem os netos, por isso nossa equipe de reportagem perguntou a cada um sobre o que eles gostariam de dizer sobre a vovó:
“Vovó, ter você na minha vida é um presente lindo de Deus, quando eu nasci você deu um jeito de está comigo desde o comecinho, te respondi com um olhar o primeiro chamado de “vovó tá aqui, meu amor, vovó te ama muito, seja bem-vindo” de lá para cá esse amor só aumenta mais a cada dia, a cada ligação, a cada encontro. Queria te dizer que amo está com você, segurar na sua mão, ri das suas brincadeiras e principalmente amo seu carinho, seu abraço apertado, seu cheiro, suas comidinhas. Vovó obrigada por tudo, te amo muito, como daqui a lua (você sabe que eu amo lua)” – Lucas José para a vovó Mariinha Cardoso
“Eu gosto muito da minha avó, ela é muito legal e sempre, aos domingos, me leva para tomar um café da manhã especial. Minha avó é muito bonita, ela é muito alegre, gosta de cantar, de dançar. Te amo vovó! ” – Morena para a vovó Terezinha Pereira
“Eu tenho duas avós maravilhosas que amo muito. Elas são importantes porque cuidam de mim.
Fazem muita falta quando estão longe. Vovó Fátima faz mais porque moro com ela e ela quem mais cuida de mim quando está em Natal. Vovó Marcia deixa eu dormir na casa dela com minha prima e brinca com a gente e é muito bom” – Letícia para as vovós Fátima e Marcia
26 DE JULHO
O dia 26 de julho foi escolhido para celebrar o dia dos avós devido a uma origem bíblica. A data foi instituída pelo Papa Paulo VI, durante o século XX, como forma de homenagear os pais de Maria, mãe de Jesus, chamados de Ana e Joaquim. Sant’Ana e São Joaquim receberam diversas homenagens em outras datas, mas o Papa instituiu que o dia 26 de julho seria o dia definitivo para as homenagens.