Por Alessandra Bernardo
O prefeito Álvaro Dias (Republicanos) gastou R$ 29,8 mil para a locação de toalhas para uso nos camarins dos artistas nacionais que se apresentaram durante a programação do Natal em Natal 2023, no polo Arena das Dunas, em dezembro passado. O valor autorizado pelo município, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), custou aos cofres públicos um montante 70% maior que o destinado pelo prefeito para a compra de toalhas de banho destinadas às famílias desabrigadas pelas fortes chuvas que assolaram a cidade em março de 2022.
Na ocasião, em meio a uma grave enchente que deixou ruas e casas completamente alagadas e causou desabamentos em áreas da cidade, Álvaro Dias direcionou o valor de R$ 9,1 mil para a aquisição de 200 toalhas de banho que foram distribuídas às famílias afetadas pelas chuvas e atendidas pelas equipes especializada da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas).
O contraste nas prioridades do prefeito fica evidente ao comparar os gastos em situações tão distintas. Enquanto o valor destinado para as vítimas da enchente buscou minimizar os impactos sociais causados pela calamidade, o montante direcionado para as toalhas de camarim dos artistas superou em quase três vezes o orçamento destinado às famílias atingidas pelas chuvas.
Entre os artistas que se apresentaram durante o evento, destacam-se nomes de renome nacional como Diogo Nogueira, Alexandre Pires, Carlinhos Brown, Padre Fábio de Melo, entre outros. A programação do “Natal em Natal 2023” atraiu uma grande audiência, mas os custos associados à produção do evento agora estão sendo alvo de críticas por parte da população e de setores da oposição.
A locação das toalhas, realizada com a empresa F Rocha Eventos ME, foi efetuada sem a realização de licitação, sendo justificada pela Secult com base na Lei 14.133/2021, que versa sobre contratações no âmbito público. Contudo, chama a atenção o fato de que o contrato não detalhou a quantidade de itens alugados para atender às necessidades dos artistas, gerando questionamentos sobre a transparência na utilização dos recursos públicos.

