Por Carol Ribeiro
O ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), adotou um tom conciliador em relação à unidade da direita sobre o clima de tensão dentro do grupo de oposição ao Governo do Estado, especificamente sobre o senador Styvenson Valentim (PSDB) e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB). Álvaro defendeu, ao ser questionado pelo Diário do RN, que o momento é de diálogo para fortalecer a oposição em 2026.
“Eu não quero julgar ninguém, prefiro me omitir de emitir opinião sobre atos ou atitudes de quem quer que seja, de terceiros. O que eu posso falar é sobre mim. Vou procurar conversar, dialogar, o tempo que for necessário para unir o grupo”, afirmou.
A fala do ex-prefeito acontece após Styvenson ironizar a possibilidade de dividir palanque com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, colocado como pré-candidato ao Governo do RN como um dos possíveis nomes da oposição. O senador afirmou, em tom de desafio, que se Allyson entrar no grupo da oposição, ele sai: “Ele entra, eu saio. Simples assim”, colocou. A fala do senador foi feita na 96 FM, na última sexta-feira (27), após ser questionado se seria ele um empecilho para a presença do prefeito de Mossoró no grupo.
A tensão evidenciada por Styvenson acontece por dificuldades de relações políticas entre o senador e o prefeito mossoroense, situação que existe desde 2021. Na entrevista, Styvenson insinuou falta de transparência em recursos destinados à área da saúde em Mossoró, mencionando o envio de verba para cirurgias eletivas sem a devida prestação de contas sobre a execução do serviço.
Sobre esta tensão, Álvaro Dias negou ter discutido sobre o assunto com Styvenson ou com o senador Rogério Marinho (PL): “Não conversei com Styvenson ainda sobre isso, não conversei com Rogério sobre isso especificamente porque eu acho também que não é hora. A hora de definição é no próximo ano. As convenções são no final de julho [de 2026]”.
O ex-prefeito, no entanto, reiterou a importância da convergência política. “A oposição tem de procurar caminhar unida e, no momento adequado, vamos nos reunir, conversar, trocar ideias, tentar dirimir dúvidas, superar divergências, priorizar as convergências”, defendeu ele, que acredita na superação de divergências.
“A oposição unida elege a chapa majoritária. Toda divisão é ruim, é prejudicial. Então eu acho que o caminho é tentar união, no momento certo, oportuno”, complementou.
Apesar de ter afirmado ser cedo para as definições, Álvaro Dias tem se reunido com alguns nomes, como o próprio Allyson Bezerra, com quem não costumava ter proximidade política, e com o prefeito da capital, Paulinho Freire (UB). Ele negou que o encontro om seu sucessor tenha tratado de política: “Conversei com Paulinho, mas não especificamente sobre política, conversei com ele sobre a gestão, como é que as coisas estão”.
Sobre encontro com Allyson, Dias admitiu ao Diário do RN, em 18 de junho, que as conversas tiveram conteúdo político, e admitiu ser possível chapa formada por ele e Allyson Bezerra, sem descartar Zenaide Maia. “Acordamos de caminhar juntos, de continuar conversando”, afirmou na ocasião.
Na entrevista à 96 FM, Styvenson afirmou que ele não é o empecilho para que Allyson se integre ao grupo da direita, e sim a parceria com Zenaide Maia (PSD), que é vice-líder do Governo Lula no Senado.
O Diário do RN buscou contato com o prefeito Allyson Bezerra, citado nas falas do senador Styvenson, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.