Presidente do União Brasil diz que ser prefeito da Capital é um desejo do deputado eleito e que pode ser o nome do “sistema”
“Paulinho Freire é o nome cogitado. Tem o potencial eleitoral que se supunha que tinha e que as urnas mostraram que tem”, afirmou o presidente do União Brasil, ex-senador José Agripino Maia, sobre a possibilidade do deputado federal eleito Paulinho Freire ser o próximo prefeito de Natal, em sucessão ao atual chefe do executivo municipal, Álvaro Dias (PSDB), que integra seu grupo político na Capital. “Essa é uma questão para se avaliar após a eleição presidencial”, disse.
Segundo José Agripino, a questão será avaliada após o fim do segundo turno da eleição presidencial, no próximo dia 30, mas que, independente do resultado final, Paulinho Freire, atual presidente da Câmara Municipal de Natal (CMN) é um nome extremamente forte para concorrer à Prefeitura da Capital. E cita os quase 78 mil votos válidos obtidos pelo parlamentar em todo o Rio Grande do Norte e os 24,3 mil, conquistados junto ao eleitorado natalense.
“Se Bolsonaro ganhar a eleição, Paulinho será um candidato muito forte. Se Lula ganhar, a deputada federal Natália será muito forte. Mas que Paulinho Freire é um candidato muito forte do nosso sistema, é sim. Agora, ele é deputado federal eleito e vai, na hora certa, avaliar a viabilidade da vitória e a conveniência de deixar o mandato de deputado federal para disputar o lugar que ele realmente anseia, que é a Prefeitura de Natal”, afirmou, em entrevista nesta quarta-feira (19) a 98 FM Natal.
O ex-senador falou ainda o posicionamento do prefeito Álvaro Dias (PSDB) sobre sua sucessão em Natal e que este possui um pacto de caminhar junto com o União Brasil nas próximas eleições municipais. “Ele comandará o processo da sua sucessão, sem vetos. Se o candidato A não é o mais simpático a Álvaro, mas é o que mais tem condições de ganhar a eleição, não haverá veto, nem de nossa parte, nem de Álvaro, dentro de uma composição que até agora funcionou bem”, explicou José Agripino.
Questionado se ele pretende concorrer a algum cargo público nos próximos pleitos eleitorais, o presidente do União Brasil afirmou que não. “Nenhuma chance. Eu fiz uma opção. O Rio Grande do Norte me elegeu duas vezes governador e quatro vezes senador. Fui líder de oposição, presidente de partido, eu não tenho o direito de me aposentar e jogar essa experiência que tive, pelo Rio Grande do Norte, no lixo. A escolha que fiz foi presidir o partido, eleger pessoas em quem eu confio na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. Para isso, não preciso de mandato”, declarou.
“Fátima hipnotizou os prefeitos do RN”, diz, sobre reeleição da governadora”
José Agripino Maia afirmou que a vitória da gestora Fátima Bezerra (PT), reeleita para o governo do Rio Grande do Norte em 1º turno, com 1.066.314 de votos válidos (58,31%) no último dia 2, foi “inacreditável”, segundo suas palavras. Para ele, não há como entender o fato da petista ter alcançado 660 mil votos a mais que o segundo colocado derrotado, Fábio Dantas (SDD), sem ter tido uma atuação mais próxima aos prefeitos potiguares.
“Ganhou Fátima Bezerra, incrivelmente, porque ela não deu nem 10% do que o governo federal deu aos municípios, e que poderia dar. Ela praticou alguma mágica, hipnotizou os prefeitos, que receberam muita ação das mãos do senador eleito Rogério Marinho e de Bolsonaro e nenhuma ação dela, mas que acabaram votando nela”, lamentou.
E reconheceu que, para uma eleição presidencial, os prefeitos podem ter efeito positivo. “Os prefeitos têm uma capacidade de convencimento muito grande. O eleitor do Nordeste está inclinado a votar em Lula? Claro que está. Lula vai ganhar no Nordeste sim. Agora, se os prefeitos tiverem o entendimento de que o melhor para o Nordeste e para eles é votar em Bolsonaro, eles terão argumentos para mudar até 20% (dos votos)”..
José Agripino acredita que Bolsonaro – a quem já classificou como “errático” e cuja “condução do país na pandemia custou vidas” -, conseguirá reduzir a diferença de votos no Rio Grande do Norte e em Natal, no 2º turno.
“Eu faço restrições a Bolsonaro e a Lula, mas Lula tem diferenças programáticas em relação ao meu pensamento político, de grande profundidade. Não vou criticar a política social de Lula, porque ele é correto nisso aí. Mas, no que diz respeito à economia, eu tomei o encaminhamento que tinha de tomar. Meu voto é um voto a favor da política econômica na qual eu confio. É, fundamentalmente, um voto ideológico na economia, para a geração de empregos”, finalizou.