O ex-jogador e hoje agente de atletas, Fábio Mello, fez duras críticas à gestão de John Textor no Botafogo. Durante sua participação no podcast Sports Market Makers, o empresário acusou o dono da SAF alvinegra de comprometer a credibilidade do futebol brasileiro com práticas questionáveis nos bastidores, mesmo com o clube sendo o atual campeão brasileiro e da CONMEBOL Libertadores.
“A gente está em uma indústria que tudo pode. O Botafogo é o atual campeão em um modelo em que o investidor e dono está humilhando o futebol brasileiro”, iniciou Mello, que reconheceu o mérito de Textor em montar uma equipe de executivos competentes, mas criticou a estratégia financeira.
“Ele foi muito especial em acreditar em dois gênios como executivos […] ele contrata profissionais e executivos importantes, monta um time de executivos extremamente competentes. Aí ele faz contratações e não paga. E vai se alavancando”, acusou.
O caso do zagueiro Jair
Um dos principais alvos de Fábio Mello foi a negociação envolvendo o zagueiro Jair, que deixou o Santos para o Botafogo no início do ano e, pouco depois, já foi negociado com o Nottingham Forest, da Inglaterra.
“Me coloco no lugar dos presidentes do Flamengo, do Fortaleza e do Palmeiras, que ficaram na sequência no Brasileirão, os três com tudo em dia […]. E perde um campeonato para alguém que é inadimplente”, comparou Mello. “O caso do Jair é um exemplo, ele comprou o Jair do Santos, não pagou e já vendeu. […] Ninguém tem informações sobre o balanço do Botafogo.”
Críticas ao modelo da SAF
Mello também questionou a transparência da SAF botafoguense e as acusações que o próprio Textor fez sobre o sistema. “Ele colocou em xeque a credibilidade do futebol brasileiro dizendo ‘sabemos o que é o futebol brasileiro’ e não apresentou provas.”
Além de criticar Textor, o empresário citou a entrada da 777 Partners, grupo que controlou o Vasco por um período, como outro exemplo negativo de investidores estrangeiros. Segundo ele, a falta de fiscalização e punições mais severas pela legislação brasileira abre espaço para condutas abusivas.
“Na SAF você pode tudo: comprar, não pagar e ser campeão da Libertadores. Pode contratar jogador, dar cinco anos de contrato, não pagar o agente e depois mandar tirar o atleta porque ficou caro. Isso só acontece porque a legislação brasileira é frágil. Enquanto não houver punições severas, seguirá assim”, concluiu.
*Com informações ESPN