Afonso de Ligório Lemos. Filho de Jonas Fernandes de Lemos e Albertina Tetéu Lemos, nasceu no dia 4 de julho de 1943, em Macau, na Costa Branca do Rio Grande do Norte. Desde pequeno, sempre foi amoroso, curioso, humanitário, persistente, sociável e vocacionado a ajudar as pessoas, especialmente quem mais necessita de atenção e cuidados. Sua história de vida está diretamente ligada à história política do município de Macau.
Apaixonado por Macau e seu povo desde sempre, Afonso, já aposentado da política partidária, ainda hoje se preocupa em contribuir para a solução dos principais problemas da cidade. Após concluir seu mandato de prefeito em 1992, montou a Fundação Afonso Lemos e implantou o grupo de idosos e viabilizou a formação de centenas de jovens em cursos profissionalizantes ofertados pela entidade.
Atento, não se furta de participar de encontros e reuniões com prefeitos, vereadores, deputados e governadores, quando apresenta suas ideias para melhorar a qualidade de vida de seus conterrâneos. Sempre ativo, é presença certa nos principais eventos da cidade, com uma jovialidade e protagonismo de dar inveja aos “mais novos”.
Próximo de inúmeros políticos potiguares, independente de bandeira partidária ou ideologia e amigo de todos os últimos ex-governadores do Estado, Afonso transita muito bem em todos os ambientes políticos e é antenado nas necessidades dos macauenses, sempre lutando para conseguir ajudá-los a superar essas dificuldades. Seu objetivo de vida é ajudar os macauenses a ter uma vida digna e justa.
OBRAS ESTRUTURAIS EM MACAU
Eleito prefeito de Macau com amplo apoio popular e “sem nenhum centavo”, em 1988, Afonso Lemos fez obras e ações importantes, como o primeiro Pronto Socorro Municipal; organização e urbanização da orla; construção do parque de vaquejada na orla, o primeiro do país; urbanização da praia de Camapum; construção de casas populares, galerias pluviais, escolas, o primeiro ginásio de esportes da cidade; calçamento e pavimentação de ruas do Centro e a construção do monumento em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, na entrada de Macau.

Foi ele o responsável pela criação do Carnaval de rua de Macau, com trios elétricos e o tradicional Mela-Mela, principal atração da cidade e famosa em todo o RN. Como prefeito, andava no meio do povo e, na Quarta-Feira de Cinzas, assumia o comando do trio elétrico para desejar boa viagem aos visitantes que passavam o Carnaval em Macau.
Questionado sobre a ideia de urbanizar e praticamente ‘criar’ uma praia para os macauenses, Afonso relembrou: “Coloquei os vereadores e secretários dentro de um ônibus e levei eles até a praia, onde antes era o mangue. Falei para meu secretário de obras, Haroldo Martins, que não era bom estarmos cercados pelo mar e não termos praia para aproveitar. Então, fizemos a urbanização e toda a estrutura de Camapum. Hoje, está lá, uma das praias mais bonitas do Brasil.

Fiz um parque de vaquejada na praia, o primeiro do país. Também a Igreja de São Francisco, no Valadão. Minha mãe era muito devota de São Francisco e eu queria inaugurar a igreja no aniversário dela, só que ela morreu bem pertinho da inauguração, dediquei a ela. Ainda hoje, as pessoas fazem homenagens a ela”.
Afonso:“Sou apaixonado por política ‘desde a barriga’
Afonso Lemos cresceu acompanhando atentamente os passos de “Mãe Quinha”, como chamava sua avó Francisquinha Lemos, que, sem nunca ter exercido um cargo público no RN, era altamente influente na política potiguar, algo quase impensável para uma mulher nos anos 1940 e 1950. Com ela, aprendeu e desenvolveu o amor e a profunda dedicação à política como forma de melhorar a vida das pessoas, que sempre considerou sua missão de vida.

Foi casado por 51 anos com Elizabeth Bezerra, com quem teve seus três primeiros filhos: Túlio, Jonas Vinícius e Cristiane. Ela foi sua maior companheira e conselheira de vida pessoal e política. Falecida em 2016, foi vereadora de Macau e, enquanto primeira-dama, atuante e ligada às causas sociais.
Simultâneo ao amor por sua Elizabeth, Afonso vibrava pela política em sua amada Macau. Muito jovem, se interessou pela vida pública, tendo no sangue a veia política de seus antepassados Capitão Pedro Tetéu, Coronel Feliciano Tetéu, intendente do município (equivalente ao prefeito) e sua Mãe Quinha.
Da infância humilde em Macau, ao lado dos seus sete irmãos: Reinaldo, Antônio, Sebastião, José, Maria Auxiliadora, Maria da Conceição e Célia, Afonso aprendeu desde cedo a ter reponsabilidade pelas pessoas. Ainda adolescente, perdeu o pai e precisou assumir o sustento de sua família, junto com sua mãe.
“Foi nesse período que comecei a mexer com política, minha família sempre foi política e inventei de me candidatar. Na época, os candidatos tinham muito dinheiro, mas eu tinha uma coisa que eles não tinham: O amor à Macau. Daí, comecei”, falou.
Em 1964, foi nomeado para auxiliar de fiscal do município pelo então prefeito Albino Gonçalves de Melo. Quatro anos depois, se candidatou a vereador e venceu sua primeira eleição como o mais votado do pleito, em 15 de novembro de 1968.

Depois, foi eleito novamente vereador nos pleitos de 1970 (mandato tampão) e 1972. A cada eleição, seu número de votos aumentava exponencialmente e durante seus quatro mandatos de vereador, presidiu a Câmara Municipal em duas ocasiões.
Em 15 de novembro de 1976, foi eleito vice-prefeito junto com o prefeito Cledionor Mendonça (Kidinho), mas este renunciou em abril de 1982, para se candidatar a deputado estadual. Com isso, Afonso assumiu, pela primeira vez, a gestão de sua amada Macau, por oito meses.
Até então apoiador do ex-governador Aluízio Alves, Afonso passou a apoiar José Agripino Maia e conseguiu fazer seu sucessor (na época, não havia reeleição) José Oliveira prefeito. O pleito ficou na história política da cidade como a mais acirrada e disputada, tendo seu candidato sido eleito com apenas 63 votos de maioria, cujo resultado só foi conhecido na abertura da última urna, apurada no Lions Clube da cidade.
Afonso fez uma promessa caso seu candidato fosse o vitorioso: “Na Matriz de Macau, me ajoelhei e saí para a Igreja de São Francisco, no bairro do Valadão, que tínhamos construído. Quando cheguei, todo mundo veio olhar meus joelhos, achando que já não tinha mais nada, por causa da distância e das pedras do calçamento. Mas, por um milagre, não tinha nenhum ferimento, nada, só a calça que rasgou no meio do caminho”.

E, enfim, chegou 1988. Na eleição de 15 de novembro daquele ano, foi candidato a prefeito e venceu sem dinheiro algum, contra as estruturas do governo do Estado e com o apoio e o voto do povo de Macau. Teve como companheiro de chapa Manoel da Cruz Ferreira da Silva (Tatá) e conseguiu eleger apenas dois vereadores: José Tetéu Lemos, seu irmão, e David Bezerra. Afonso governou Macau até 31 de dezembro de 1992.
A recordação da vitória de 1988 traz emoções. “Fiz a promessa que, na hora que saísse a última urna, de onde eu estivesse, eu saía vestido de São Francisco pelas ruas da cidade e assim aconteceu. Eu sempre eu dizia: ‘Ganho todas as eleições em Macau porque (adversários) só não tem uma coisa que eu tenho: o amor à Macau’. Ninguém acreditava na minha eleição. Eu enfrentei todo mundo que tinha muito dinheiro, e ganhava por amor. Ainda tentaram tirar minha candidatura, mas não aceitei e venci”.
TÚLIO PREFEITO
Afonso Lemos relembrou ainda a eleição de seu filho Túlio (eleito em 2016 prefeito de Macau), quase 30 anos após sua emocionante vitória de 1988 e revela que o fato impactou e marcou profundamente sua vida.
“Foi um fato que me marcou e emocionou muito, muito. Eu prefeito duas vezes de Macau e meu filho, eleito prefeito também. Túlio foi meu secretário durante o segundo mandato, ainda menino, meu chefe de gabinete. Ele aprendeu muito nesse tempo e sua vitória, em 2016, me trouxe uma alegria enorme”, afirmou.