Por Carol Ribeiro
O secretário de Gestão e Assuntos Institucionais do Governo do Estado e articulador político do Partido dos Trabalhadores, Adriano Gadelha, é um dos nomes do PT que consideram o desempenho da sigla nas eleições de 2024 “muito positivo”, tanto no RN, quanto no país. Em relação à Natal, ele indica que Natália deu exemplo de enfrentamento e debate sobre a cidade, contra adversários que levaram a campanha para outro lado.
“Eu lamento muito que às vezes a campanha descambe para fake news para tentar criar fatos na campanha ou para interpretar, à sua maneira, um fato e desvirtuar esse fato em busca de voto.
Agora uma coisa fique certa, Natália nos ensinou nesse processo eleitoral como fazer um enfrentamento político pela porta da frente abrindo o debate de ideias discutindo os problemas da cidade e chamando a responsabilidade do conjunto, fazendo o enfrentamento com aqueles que que comandam diversos setores de Natal e não resolvem os problemas há décadas”, observa Gadelha.
Para ele, a forma de se “eliminar a adversária” utilizada pelos opositores de Natália, incluindo o vitorioso Paulinho Freire (UB) e aliados, será “registrado pela história”.
“É claro que ela imaginava que a disputa se desse muito mais neste campo (do debate). Mas aí se buscou muito mais eliminar o adversário com fatos inexistentes, com fake news, do que fazer o debate que a cidade precisa. Mas nos próximos quatro anos a história vai registrar tudo isso que ocorreu na disputa de 24”, analisa.
Adriano Gadelha não expõe quais são os pensamentos do partido para os próximos dois anos, porque “as conjunturas são diversas”. “E quanto ao processo eleitoral de 26, ele se dará mediante diálogo como a gente sempre fez aqui no Estado”, adverte.
“Então 26, ninguém vai antecipar nenhuma disputa, até porque está distante e as conjunturas são as mais diversas que vão se passar nesse longo período. O foco agora é administrar, seja com o apoio que vem recebendo do Governo Federal das obras que virão que vão começar, mas as obras do Estado que estão em curso. Esse é o foco. É gerenciar e dar governança ao Rio Grande do Norte”, diz o secretário sobre o foco do PT RN nos próximos anos, até a próxima eleição geral.
Gadelha adianta, ainda, que a conjuntura nacional vai dar um tom no processo eleitoral nos Estados, o que inclui o RN. “Nesse processo, a conjuntura nacional tem reflexo nos estados. As composições nacionais direcionam algumas definições aqui no Estado”, diz.
“Eleição de 2024 foi muito importante para o Partido dos Trabalhadores”
No campo nacional, estadual e em Natal, o secretário de Projetos do Governo Fátima analisa que o PT teve um resultado satisfatório nesta eleição. A opinião vai ao encontro da análise realizada por outro nome de voz dentro do PT no RN, Raimundo Alves, secretário-chefe do Gabinete Civil do Governo do Estado, que apontou na mesma direção, em entrevista publicada nesta terça-feira, 05, no Diário do RN.
Adriano comenta que no comparativo com o resultado da eleição municipal anterior, “o desempenho foi muito positivo”. “Em 2020, elegemos182 prefeitos; já em 2024, passamos para 248”, comenta ele sobre o resultado no país.
Em relação ao Rio Grande do Norte, ele ressalta o crescimento de quatro para sete prefeitos, além de incluir os partidos da Federação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB) nos resultados. “Você tem que observar o crescimento não só do teu partido, mas da Federação onde está PT, PCdoB e PV e com seus aliados. Prefeito de outros partidos em que você tem uma composição política naquele município, em que o PT ajudou a eleger de uma forma direta ou indireta. Então, fazendo do uma avaliação geral, foi muito importante”, comenta.
Ele afirma que, “ligados à professora Fátima e ao Governo, nós contabilizamos muito mais de cem municípios que, ou foram prefeitos novos, ou foram reconduzidos. Então eu diria que tem um resultado extremamente importante agora em 2024”.
Sobre Natal, ele aponta que nas três últimas eleições o PT não chegou a 20%. “Natália Bonavides traz nesse processo eleitoral um resultado político independente do resultado que aconteceu nas eleições, de dividir a cidade e de fazer discussão de grandes temas, do que ocorreu em 1996, quando a professora Fátima foi ao segundo turno”, relembra Gadelha.
“O que é que ocorre com a chegada de Natália? Tem uma candidatura de crescimento muito importante na cidade. No primeiro turno chegou a quase 29%. E no segundo turno conseguiu agregar um percentual importante de quase 45%. Então, nós meio que repartimos a cidade”, contabiliza Adriano.