Em um mês marcado por datas comemorativas ligado ao Direito, a desembargadora Maria Zeneide Bezerra, lançará a biografia autorizada que revela sua história de superação e luta até passar no concorrido curso de Direito da UFRN, ser aprovada no concurso de magistrados do Rio Grande do Norte e ser a 5ª mulher a chegar à desembargadora da alta corte da justiça do RN.
A filha de Seu Nilo e de Dona Estefânia, teve sua história contada pelas jornalistas Francineide Damasceno e Glacia Marillac, com prefácio do escritor Diogénes da Cunha Lima e apresentação da Ministra Eliana Calmon, além de uma poética participação do magistrado Fabio Wellington Ataíde Alves.
A autora revela o motivo do título escolhido para sua obra: “essa frase me acompanha desde quando era pequena, pois me recordo que enfrentamos muitas dificuldades e meu irmão construiu uma “salinha” embaixo de um Juá (árvore) para que eu pudesse estudar e ali me dediquei ao meu sonho”.

Revelou ainda que admirava e tinha como referência a então juíza de Parnamirim, Clotilde Madruga: “sempre ouvia falar do trabalho e atuação de Clotilde Madruga e afirmava que um dia ainda seria juíza. Admirava sua postura, o respeito que ela tinha e o seu trabalho frente ao judiciário. Foram elas que abriram as portas para que eu pudesse chegar onde estou”.
As dificuldades que encarava diariamente devido às condições financeiras de sua família, impulsionaram sua vontade de crescer e vencer na vida: “morava em Parnamirim, e foi quando o governador da época fez um concurso de bolsas para estudar em escola particular e eu passei, fui estudar no colégio Nossa Senhora das Neves. Mas, não tinha como pagar passagem no transporte, foi aí que meu pai falou com os militares da base para que eu pudesse ir de carona e assim aconteceu. No Neves fiz grandes amigos e tive a certeza que iria para área de humanas”.
Após sua aprovação no vestibular para o curso de direito confirmou seu sonho de criança: “após ingressar no curso, logo procurei conhecer a juíza Clotilde, ao qual fui acolhida e fiquei por quatro anos estagiando, o que aguçou ainda mais minha vontade de ser juíza. E, em 1979, consegui ser aprovada”.
Contou ainda que que sempre prezou por um trabalho social durante sua carreira jurídica e deixa um recado para os leitores: “que minha história sirva de exemplo e inspiração para outras pessoas. Para que saibam que podem alcançar seus sonhos e objetivos”.
O lançamento é aberto ao público e o livro será distribuído gratuitamente. Quem puder fará doação financeira para ser revertida a projetos socioeducativos apoiados pela biografada que tem como marco em sua história profissional e pessoal, o apoio aos mais fragilizados. A obra será lançada no Teatro Alberto Maranhão, no próximo dia 14 de agosto (segunda-feira), às 18h.