Por Ednilza Ramos
As lagoas de captação desempenham um papel importante no sistema de drenagem de Natal, ajudando a evitar alagamentos e enchentes que possam afetar a cidade durante o período de chuvas. Essas estruturas, espalhadas por diferentes pontos da capital potiguar, acumulam e armazenam a água da chuva, permitindo que ela seja gradualmente liberada no sistema de escoamento. Entretanto, para que as lagoas cumpram sua função de forma eficiente, é fundamental garantir que estejam sempre bem mantidas, o que envolve uma série de processos de monitoramento, limpeza e reparos.
Em entrevista ao Diário do RN, Lucas Gabriel, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), explicou a importância dessas lagoas no sistema de drenagem da cidade.
Segundo ele, as lagoas funcionam como “pulmões” para o sistema de drenagem. “Elas acumulam água e ganham tempo para que o escoamento seja eficaz”, disse o secretário, que ainda detalhou o contexto geográfico de Natal, que possui um relevo do tipo bacia fechada, o que naturalmente favorece o acúmulo de água em pontos baixos.
Natal conta atualmente com cerca de 56 lagoas de captação espalhadas pela cidade, projetadas para garantir que as águas da chuva sejam devidamente armazenadas e liberadas no sistema de drenagem sem causar sobrecarga. O planejamento dessas estruturas, conforme explica o adjunto, é realizado com base em projetos específicos para cada sub-bacia: “O dimensionamento das lagoas se dá por projetos a partir da sub-bacia em que ela se encontra”.
Três lagoas têm bombas em manutenção
Atualmente, três das lagoas estão com as bombas em manutenção e, de acordo com o secretário adjunto, o reparo está em andamento e deverá ser finalizado até o final do mês. “Só três lagoas estão com bombas em manutenção, e isso já deve ser resolvido até o fim deste mês. Essas lagoas são em Redinha, Cidade da Esperança e Xavantes”. Ele também ressaltou que “não existe lagoa que opere no limite, pois elas devem receber apenas água de chuva. Quando não chove, elas não devem ter água acumulada”, garantindo que o funcionamento está sendo adequadamente gerido.
No entanto, ele alertou que algumas lagoas podem estar operando com uma carga adicional, principalmente nas áreas onde o esgotamento sanitário não está presente. “Em lagoas onde o esgotamento sanitário (CAERN) não se faz presente, já podem estar trabalhando com uma carga maior”, complementou Gabriel. Ele acrescentou que “a manutenção das elevatórias está ocorrendo de forma rápida, quanto a limpeza está seguindo um cronograma de classificação que foi judicializado”.
Entre outros desafios para a manutenção das lagoas de captação, Lucas Gabriel aponta o acúmulo de lixo e resíduos no entorno dessas estruturas, que prejudica o bom funcionamento das lagoas.
“Os maiores problemas nas lagoas de captação são a água servida onde não se tem esgotamento sanitário e, principalmente, o lixo que é depositado no entorno, o que acaba dificultando a eficiência da estrutura”, afirmou.
Esses problemas demandam ações contínuas da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), em parceria com outras entidades. O representante da pasta mencionou que, para garantir que as lagoas estejam sempre operando corretamente, a Secretaria Adjunta de Conservação realiza monitoramento diário, com o uso de vídeo monitoramento e contratos de manutenção dos sistemas de bombeamento. “A SEINFRA, através da Secretaria Adjunta de Conservação, tem monitorado as lagoas de forma diária, com a implantação de vídeo monitoramento e com contratos de manutenção do sistema de bombeamento”, detalhou.
A gestão dos resíduos acumulados nas lagoas de captação também é uma preocupação constante.
Gabriel explicou que os resíduos sólidos são coletados e enviados para locais devidamente licenciados, garantindo a destinação ambientalmente responsável. “Os resíduos sólidos são levados para um local devidamente licenciado para o recebimento e, quando há recorrência de lixo, a URBANA faz o trabalho de coleta”, afirmou o secretário.