Por Carol Ribeiro
Iracy Azevedo foi nomeada presidente da Fundação Capitania das Artes (Funcarte) no dia seguinte à posse de Paulinho Freire na Prefeitura de Natal. Nesta sexta-feira (17), foi nomeada para mais um cargo: passa a ser também secretária Municipal de Cultura de Natal. A cerca de um mês e 10 dias do carnaval, a nova gestão ainda está em fase de orçamentação do evento.
Entretanto, a secretária já adiantou ao Diário do RN que a quantidade de palcos será menor do que em 2024. “Provavelmente será mais enxuta, porém mantendo a boa qualidade”, garantiu. Em conversa com a reportagem, Iracy destacou, ainda, os desafios iniciais, os projetos em desenvolvimento e as perspectivas para o futuro, incluindo a revitalização de espaços culturais.
“Estamos definindo custos e investimentos necessários. Estamos com tudo desenhado. Até quinta-feira, teremos uma definição e o prefeito anunciará os detalhes”, explicou Iracy sobre o carnaval. Ela ressaltou que, além das atrações nos pólos, tem se reunido com representantes de blocos para ouvir suas demandas e, assim, construir uma programação que “valorize a diversidade cultural do Carnaval natalense”.
Um dos projetos é revitalizar o carnaval da Redinha, com relação aos blocos de afoxé e de matizes africanas, de uma forma geral. A reunião com escolas de samba ainda deve acontecer até o final desta semana.
Há 20 dias à frente da Funcarte e há menos de uma semana como secretária de Cultura, Iracy Azevedo tem como principal objetivo democratizar o acesso à cultura em Natal. Além do carnaval, a secretária colocou como prioridade para a nova gestão de Paulinho Freire (UB) a ampliação da cultura “em todos os níveis” na cidade. “Queremos que a cultura chegue à ponta”.
“A gente precisa escutar a ponta para dela tirarmos os seus objetivos, os seus desejos e deles fazer uma grande obra. Essa obra não precisa ser milionária. Ela precisa de valorização de quem faz a atividade”, afirma.
A secretária citou exemplos práticos, como levar a Orquestra Sinfônica de Natal para apresentações em creches, ajudando crianças a se aproximarem da música desde cedo.
“Queremos usar a cultura como ferramenta de transformação social, enriquecimento e valorização”, explicou.
Reabertura de espaços culturais
Gerindo a pasta que tem um orçamento de R$ 55.439.960 previsto para 2025, outro foco da gestão é a reabertura de instituições culturais que estão fechadas, como os CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados), o CMAI (Centro Municipal de Artes Integradas), e o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, localizado na Ribeira. Este último permanece fechado devido a uma obra “eternizada” na Praça Augusto Severo, que, segundo a secretária, precisa ser concluída.
“Nos próximos quatro anos, queremos modernizar e readequar esses equipamentos culturais, alinhando-os às demandas contemporâneas que hoje existe no universo da cultura”, destacou.
A revitalização da Ribeira e da Cidade Alta, bairros históricos de Natal, também foi assunto conversado com a reportagem. Iracy destacou a importância de integrar ações culturais e sociais com a modernização econômica desses espaços.
“A Ribeira foi nossa primeira porta de entrada, e é fundamental resgatarmos sua essência cultural e histórica. Temos pontos importantes, como a Segunda de Vagabundo, que já ganhou destaque nacional. Precisamos fortalecer iniciativas como essa e revitalizar o bairro sem perder suas raízes”, afirmou.
Para a Cidade Alta, o objetivo é similar: equilibrar o comércio local com iniciativas culturais que valorizem a história do bairro e atraiam mais visitantes.
Conhecida por sua atuação no Carnatal, Iracy é bacharel em economia, com experiência na iniciativa privada, na produção e organização de evento. Iracy também ocupou cargos na administração pública, como diretora de administração, finanças, tecnologia e logística e diretora-geral da Câmara Municipal de Vereadores de Natal. Além disso, foi assistente na Secretaria de Administração de Ceará-Mirim e secretária de Relações Interinstitucionais e Governança Solidária em Natal. A nova secretária da Cultura ainda atuou como consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento da mulher.