Progressos na medicina têm possibilitado o desenvolvimento de fármacos que podem prevenir ou mitigar os efeitos do Alzheimer. Especialistas apontam mesmo para uma “nova era” na luta contra a demência. Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas no mundo inteiro vivam com demência, e a cada ano, são diagnosticados aproximadamente dez milhões de novos casos.
Segundo Jeff Cummings, professor de ciência do cérebro e da saúde na Universidade de Nevada, citado no jornal britânico The Guardian, os desenvolvimentos científicos estão prestes a produzir medicamentos que poderão ser utilizados em todas as regiões, incluindo aquelas que possuem poucos recursos.
Em 2024, a agência Europeia de Medicamentos também aprovou o uso do Lecanemab para alguns doentes com Alzheimer numa fase precoce, uma vez que o medicamento demonstrou atrasar o progresso da doença. Inicialmente, o fármaco não foi aprovado devido aos efeitos colaterais, especialmente o inchaço cerebral e as hemorragias, além do elevado custo do tratamento.
De acordo com Cummings, estes medicamentos oferecem dados concretos sobre como atingir a doença, abrindo novas possibilidades de terapias. Os investigadores estão a realizar testes a 127 medicamentos para mitigar os efeitos causados pela doença.
As recentes investigações sugerem que os novos medicamentos poderiam ser administrados por injeção subcutânea, ao contrário dos medicamentos já aprovados que exigem um diagnóstico complexo e uma administração intravenosa, representando uma limitação acrescida para as regiões mais desfavorecidas.
Com o objetivo de combater a doença, Cummings afirmou, num evento da Alzheimer’s Disease International (ADI), que, “no final, o que queremos são medicamentos orais, comprimidos que possam ser tomados uma vez por dia”.
Segundo a informação divulgada no evento, estão a ser realizados em testes formas de comprimidos de semaglutida para a Alzheimer e espera-se que os resultados sejam conhecidos em 2025.O professor de ciência que lidera os testes considera que o medicamento pode ser eficaz na redução da inflamação, “uma parte fundamental da doença”.
Apesar do conhecimento adquirido pelos investigadores sobre a manipulação da biologia, a possibilidade de cura continua a ser considerada “difícil”. Os especialistas acreditam que 40 por cento dos casos de Alzheimer poderiam ser prevenidos ao combater alguns comportamentos de risco, tais como o tabagismo, o consumo de álcool e a poluição.
O número de indivíduos que sofrem com a doença que “rouba” memórias continua a aumentar diariamente.
Com informações da RTP Notícias