“O ex-prefeito Carlos Eduardo já teve muitas oportunidades para mostrar o que tem a oferecer na gestão de Natal, e seguimos sofrendo com vários problemas estruturais sem solução, como no caso dos transportes”, afirmou o vice-presidente estadual do PT, o vereador de Natal Daniel Valença, ao falar sobre a mudança de Carlos Eduardo Alves do PDT para o PSD, de olho nas eleições municipais de 2024. O ex-gestor, que lidera as últimas pesquisas de intenção de votos na Capital, assinará a ficha de filiação ao PSD neste sábado (13), em evento previsto para as 10h.
Para Valença, a mudança de legenda do ex-pedetista é um evento político normal em períodos antes de eleições, quando os pré-candidatos procuram se filiar às legendas que possam ajudá-los em suas campanhas políticas. No entanto, é preciso que a população analise direito o que ela quer e precisa que mude em sua cidade, para se decidir pelos futuros representantes. “Natal precisa de um governo popular, que retome um projeto de cidade atenta às necessidades da classe trabalhadora. O que acho é que é preciso mudar”, afirmou.

Carlos Eduardo confirmou a filiação ao PSD e afirmou que assumirá a presidência do diretório municipal do partido na Capital, em entrevista ao jornalista Tiago Rebolo, nesta quarta-feira (10). Ele está em São Paulo, onde participou de encontro com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para finalizar os detalhes para sua filiação, neste sábado.
A ida para o PSD trará benefícios vantajosos para o ex-prefeito, já que ele terá à sua disposição uma estrutura partidária maior para disputar o pleito, com mais tempo de TV e Rádio e um montante maior de recursos públicos – por meio dos fundos eleitoral e partidário -para sua campanha municipal.
A mudança de partido encerra uma parceria de 14 anos do ex-gestor com o PDT, que ele comandou por quase uma década no Rio Grande do Norte, sob reclamações de filiados acerca da inexistência de “comunicação”, que resultou na saída de quatro vereadores da Capital, em 2022.
Em entrevista ao jornalista Bruno Barreto, ele afirmou que saiu do PDT de forma amigável. “O meu perfil político e minhas convicções estão contemplados no PSD. Não quero e não vou polemizar com o PDT, onde deixei um bom relacionamento”, disse.
A ida de Carlos Eduardo para o PSD, comandado no Estado pela senadora Zenaide Maia e seu esposo, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Jaime Calado, foi anunciada pela própria parlamentar, que afirmou que o partido recebia o ex-gestor de braços abertos, de olho nas eleições de 2024 e de 2026. Na ocasião, ela disse estar “muito feliz” e que, “como presidente estadual do partido, estamos buscando novos filiados, pois esse é o nosso papel”.
O objetivo da nova filiação é reforçar o PSD, aumentando o número de prefeitos da sigla no Estado, já que Carlos Eduardo tem liderado as últimas pesquisas de intenção de votos na Capital. Hoje, a legenda possui 14 prefeitos no Rio Grande do Norte e, caso o ex-pedetista consiga se eleger em 2024, o PSD terá conquistado o maior colégio eleitoral do Estado, o que fará com que Zenaide parta para uma tentativa de reeleição ao Senado Federal em 2026 muito mais fortalecida.
PT PEGO DE SURPRESA
A mudança do PDT para o PSD pegou o grupo político da governadora Fátima Bezerra (PT) de surpresa, a exemplo do secretário-chefe do gabinete civil Raimundo Alves. Após dizer à jornalista Daniela Freire que ficou sabendo do fato por meio da imprensa potiguar, ele afirmou à reportagem do Diário do RN, nesta quarta-feira (10), que as escolhas partidárias das lideranças aliadas não comprometem as relações com a gestão.
“A princípio, a vida partidária das lideranças políticas aliadas não implica em alterações nas relações com o governo, desde que guarde relações com a aliança que forma o governo e o PSD, liderado pela senadora Zenaide Maia, que já participa do governo”, declarou Raimundo Alves.