O presidente Lula, pediu nesta segunda-feira (10), para que as entidades sindicais de professores e técnicos de educação encerrem as greves que já duram quase dois meses no setor. Trabalhadores de mais de 60 universidades e institutos federais seguem de braços cruzados desde meados de abril, alguns desde março, em busca de reajuste salarial e de melhorias em condições dos campi.
Durante uma reunião com reitores, no Palácio do Planalto, Lula anunciou novos investimentos em educação que chegam a R$ 5,5 bilhões, por meio de obras do PAC. O petista fez ainda um apelo aos docentes e servidores ao dizer que é preciso ter coragem para entrar na greve, mas também para encerrar o movimento. O presidente afirmou que a negociação não pode ser jogada fora e que a proposta apresentada pelo governo no momento é não recusável.
“Acho que, nesse caso da educação, se analisar o conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando, e não é por 3%, 2% ou 4% que a gente fica a vida inteira de greve. O montante de recursos que a companheira Esther colocou à disposição é um montante de recursos não recusável. Eu quero que leve isso em conta, porque, senão, nós vamos falar em universidade e institutos federais e os alunos estão à espera de voltar à sala de aula”, explica.
A proposta do governo prevê aumento nos salários de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, mas não concede reajuste ainda em 2024, que vem sendo o ponto principal de discórdia com os grevistas. Um dos sindicatos dos professores, o Proifes, chegou a assinar o acordo com o governo, mas as demais entidades foram à Justiça para barrar os termos. A reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, acredita ser possível chegar a novos acordos até o fim desta semana
“São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor bem sabe, tem tratado dessa recomposição. Há técnicos, presidente, que chegam a ganhar menos de um salário mínimo”, diz.
O governo também anunciou mais R$ 400 milhões para o custeio das universidades e institutos federais. Esse dinheiro serve para contas básicas das instituições, como água, energia, limpeza e manutenção predial, por exemplo. O orçamento total de custeio agora chega a R$ 6,38 bilhões, o que minimiza o problema, já que as entidades do setor defendem pelo menos R$ 8,5 bilhões.
Fonte: CBN