O setor da pesca no Rio Grande do Norte enfrenta um impacto devido à decisão do Governo Federal de suspender a pesca da espécie principal de atum a partir de 16 de dezembro, conforme determinado pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT). A medida, publicada no Diário Oficial da União, busca cumprir as cotas estabelecidas pela ICCAT para a espécie albacora-bandolim.
A pesca dessa espécie, que representa cerca de 90% da captura no Brasil pela região Nordeste, está sujeita a regras internacionais devido à migração dos peixes. A decisão do governo, tomada ao atingir 95% da cota, é criticada pelos empresários do setor, que alertam para o impacto negativo na economia local, ameaçando 2,5 mil empregos e gerando perdas de R$ 30 milhões.
Os empresários argumentam que, sendo o primeiro ano de monitoramento e rateio, o governo deveria reconsiderar a decisão, sugerindo a possibilidade de compensação da cota em 2024. O presidente do Sindicato da Indústria da Pesca no Rio Grande do Norte, Gabriel Calsavara, critica a falta de maturidade dos gestores públicos em lidar com um recurso gerenciado internacionalmente.
O impacto social é iminente, afetando 2,5 mil pessoas no setor, e há preocupações de que a suspensão possa incentivar a pesca clandestina e a importação de atuns. Empresários e representantes do setor pedem uma reconsideração do Governo Federal, destacando que o Brasil já está se adaptando aos novos controles de divisão de cotas estabelecidos pela ICCAT.