O natalense acordou na última segunda-feira com o litro da gasolina custando em média R$ 5,29, mas ao longo do dia muitos postos reajustaram o valor para R$ 5,99 e, na manhã de terça-feira (05), esse já era o valor praticado pela maioria dos estabelecimentos da zona sul da capital. Ou seja, os postos de combustíveis aumentaram em cerca de 13% o valor da gasolina, sem qualquer anúncio prévio.
O Sindicato dos Postos de Combustíveis (Sindipostos) se pronunciou através de nota e atribuiu o reajuste repentino ao novo valor repassado pelas empresas fornecedoras, 3R Petroleum e Petrobrás: “No dia 30 de novembro a 3R Petroleum, controladora da Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, anunciou um reajuste de 3,7% sobre o litro da gasolina tipo A – que compõe a Gasolina C, vendida nos postos. Com isso, o litro passou para R$ 2,799. Foi anunciado também um aumento de 1,17% sobre o litro do diesel (que passou a R$ 3,883). Diante destes dois fatos, e considerando que, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, entre os dias 25 de novembro e 2 de dezembro o preço médio da gasolina em Natal caiu 1,5% e o do diesel foi reduzido em 2,6%”.
A nota ainda afirma que os reajustes estão interligados com o período do ano: “Os eventuais reajustes que venham sendo praticados nos postos desde o início desta semana (4/12) provavelmente estão ligados a realinhamentos necessários diante da nova realidade de compra por parte das revendas. Temos, ainda, o fato de que é o período de final de ano, quando naturalmente há um aumento de demanda”.
Apesar da atribuição feita pelo sindicato acerca do reajuste feito pela 3R Petroleum, o último reajuste feito pela empresa aconteceu na última quinta-feira (30), no valor de R$0,10, quando estava em R$ 2,699 e passou para R$2,799, em torno de 3%.
Em contato com a assessoria de comunicação, a empresa enviou uma nota, afirmando que o preço fornecido leva em consideração todos os custos de importação e distribuição: “Em relação aos preços dos combustíveis no Rio Grande do Norte, a 3R Petroleum esclarece que necessita importar gasolina, de forma a não desabastecer os postos do estado, uma vez que a Refinaria Clara Camarão não detém capacidade para produzi-lo. Assim, a Companhia o adquire no mercado ao preço de referência internacional, que é sensível a flutuações do dólar, a variações do Brent e a custos logísticos incidentes até a chegada do produto aos postos. Portanto, o preço encontrado pelo consumidor nas bombas reflete toda uma cadeia de produção inescapavelmente conectada às cadeias globais de valor em que a Companhia está inserida”.
Já com relação ao produto distribuído pela Petrobras, a consulta mostra que não houve reajuste desde outubro.
Diante dos fatos e com números concretos, a reportagem buscou o Procon Natal. O Diretor de Fiscalização e Pesquisa, Diogo Capuxu, afirmou ver a situação com tranquilidade: “Estamos acompanhando. Os reajustes estão na normalidade uma vez que, além do aumento da 3R petróleo na refinaria do RN, a Petrobrás também reajustou os preços nacionalmente, em relação aos preços internacionais”.
O diretor foi então questionado sobre a divergência dos números, tendo em vista que as duas empresas negaram reajustes que viessem a justificar o novo valor cobrado ao consumidor final, mas até o fechamento da matéria não tivemos respostas.