Soldados israelenses afirmaram ter matado vários combatentes do Hamas no início de uma operação no hospital Al-Shifa nesta quarta-feira (15), onde milhares de civis palestinos – pacientes, deslocados e equipe médica – ficaram presos durante semanas de combates, conforme informações da Agência Reuters.
Israel disse que lançou o ataque porque o grupo radical islâmico tem um centro de comando sob Al-Shifa e usa túneis conectados para ocultar operações militares e manter reféns. O Hamas nega.
“Antes de entrar no hospital, as nossas forças foram confrontadas com dispositivos explosivos e esquadrões terroristas, seguindo-se combates nos quais os terroristas foram mortos”, disseram os militares israelenses, sem especificar exatamente onde ocorreu o tiroteio.
A Rádio do Exército Israelense disse que cinco combatentes foram mortos e que armas foram encontradas dentro do complexo de Al-Shifa.
Os apelos globais para um cessar-fogo humanitário aumentaram nos últimos dias, à medida que Al-Shifa se tornou o foco da guerra de Israel contra o Hamas, e aumentaram os receios para milhares de pessoas encurraladas ali, na linha da frente do conflito.
Mais cedo nesta quarta-feira, o médico Munir al-Bursh, diretor-geral do ministério da saúde da administração liderada pelo Hamas em Gaza, disse à televisão Al Jazeera que as forças israelenses haviam invadido o lado ocidental do complexo médico e acreditavam que uma explosão ocorreu dentro do hospital.
Os departamentos de cirurgia e emergência foram invadidos primeiro, disse Mohammed Zaqout, diretor de hospitais do ministério, à emissora.
Comunicado
Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram: “Com base em informações de inteligência e numa necessidade operacional, as FDI estão realizando uma operação precisa e direcionada contra o Hamas numa área específica do hospital Al-Shifa”.
O porta-voz do Exército israelense, tenente-coronel Peter Lerner, disse à CNN que o hospital e o complexo eram para o Hamas “uma central de suas operações, talvez até mesmo o coração pulsante e talvez até um centro de gravidade”.