A doula e educadora perinatal, Karolina Soares, denunciou através de suas redes sociais que aguarda há quase um mês o cumprimento de uma decisão judicial que obriga o hospital particular Rio Grande, em Natal, a realizar o medicamento para o tratamento contra o câncer do seu marido, João Pedro Junior, por três meses.
No último dia 16 de agosto, o juiz federal, Magnus Augusto Costa Delgado assinou um despacho determinando que em um prazo de 5 dias úteis o Hospital Rio Grande comprasse a medicação para administrar ao paciente. No documento, é determinado que o hospital se responsabilize por disponibilizar as informações ao Governo do Rio Grande do Norte, para que a verba, que já está bloqueada, seja disponibilizada para a aquisição.
A doula faz um apelo devido à ausência de respostas por parte dos órgãos competentes: “E nós não temos nenhuma resposta. O valor já está bloqueado na conta do Estado, bastando apenas pegar os orçamentos que já foram apresentados no processo e salvar a vida de um pai de família. Me ajudem a divulgar nossa história para que essa medicação chegue e Junior tenha a chance de continuar lutando”.
A demora no tratamento tem agravado o quadro clínico do paciente, gerando ainda mais angústia na família: “Estamos internados depois de uma intercorrência que o levou a tomar quatro bolsas de sangue. Tudo isso porque está sendo negado o direito de se tratar com uma medicação segura e altamente eficiente”, disse Karolina.
Karolina Soares e João Pedro são casados desde 2012 e são pais de 7 filhos. Em novembro de 2022, receberam o diagnóstico de que Junior estava com câncer no rim esquerdo e, em janeiro de 2023, realizou um procedimento chamado nefrectomia radical – onde foi retirado todo rim esquerdo- com uma lesão. Ainda no período de recuperação, foi descoberta uma nova lesão só que desta vez na região da coluna.
“Desde quando demos início ao processo, com o avanço da doença, Junior já apresenta comprometimento dos pulmões, anemia, perda de peso, febres, sudorese, enjôos, náuseas, dores nos ossos, tosse e falta de apetite”, explicou Karolina Soares.
A indicação médica para o tratamento de João Pedro é a imunoterapia, devido à gravidade da doença, porém, esse tratamento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para o diagnóstico de câncer no rim. O custo médio, se aproxima de R$ 62 mil por mês.
Procurada pela reportagem, a assessoria do Hospital Rio Grande informou através de nota: “O Hospital Rio Grande é prestador de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando se tratam de medicamentos que não estão previstos nos protocolos do SUS, como é o caso em questão, a única forma de garantir acesso a essa medicação é pela via judicial. O Hospital não é fornecedor desse e de nenhum outro tipo de medicamento, por isso, foi repassada a relação de fornecedores de insumos farmacêuticos à justiça para o bloqueio dos valores na conta do Estado, pagamento aos fornecedores e disponibilização da medicação diretamente ao paciente. O intervalo de tempo que os fornecedores precisaram para entregar os orçamentos foge do controle do hospital. O Hospital está cuidando do paciente, que inclusive esteve internado nessa instituição, no aguardo da decisão da justiça e, eventualmente, do recebimento da medicação”.

