Políticos, eleitores e grupos de direita conservadora do Rio Grande do Norte adiaram as manifestações em comemoração ao 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, para o próximo 22 de outubro. Para eles, esta quinta-feira (7) será o dia do “Fique em casa”, em protesto contra a atual conjuntura política nacional e a gestão do presidente da República, Lula (PT).
Segundo o coordenador do grupo Força Democrática, Coronel Hélio Oliveira, a orientação é que as pessoas que tiverem que sair de casa usem peças de roupas na cor preta, em luto pelo país.
“Existe um alinhamento com os outros estados, para o evento nacional do ‘Fique em Casa’, em que orientamos que os patriotas não saiam às ruas, evitem comparecer aos desfiles ou outras atividades. Mas, aqueles que tiverem que sair, que o faça em luto pelo Brasil. Usem roupas pretas para levar a mensagem de que boa parte do país está de luto em virtude de tudo o que tem acontecido em nossa nação. Luto não é no sentido de lutar não. É luto de funeral mesmo, porque estamos enlutados pelo nosso Brasil”, explicou.
O Coronel Hélio disse ainda que, para o protesto, foram confeccionados camisetas e bonés com os dizeres “Luto pelo Brasil” para que as pessoas de direita usem e passem a mensagem ao povo. E explicou que o objetivo é evitar situações em que eles possam ser associados a confusões ou balbúrdias. “Nossa manifestação será no dia 22 de outubro, quando iremos às ruas em todo o país levarmos nossa mensagem”, disse.
A ausência dos potiguares de direita às comemorações do 7 de Setembro também é defendido pelo deputado federal General Girão (PL), que repostou em sua rede social vídeo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em que este prega um “boicote” às mobilizações em celebração ao Dia da Independência e fala em doação de sangue. “No dia 6 de setembro, vista sua camisa verde e amarela, procure um Hemocentro mais próximo da sua casa e doe sangue!”, repostou.
Quem também falou em luto pelo país foi o deputado federal Sargento Gonçalves (PL). “Infelizmente, o nosso sentimento é o mesmo dos demais patriotas que amam o nosso Brasil, um sentimento que parece de luto! Infelizmente, não temos o que comemorar um dos nossos maiores bens, a liberdade, está sendo tirada de nós. Fomos “roubados”, quem é “roubado”, não tem o que comemorar, é lamentar e lutar, enquanto temos o fôlego de vida”, lamentou.
O parlamentar destacou ainda que, “se deve existir algum sentimento dentro de um coração brasileiro patriótico, acredito que deve ser o sentimento de resiliência. É lamentarmos por estarem roubando a nossa tão valiosa liberdade, mas ao mesmo tempo, sermos resilientes, e lutarmos com a força que nos resta, para reconquista-la! O pior, muitos nem percebem, embriagados pelo ódio ideológico. Quando perceberem, espero em Deus, que não seja tarde demais”.
“Acho que isso é uma opção de cada um. Cada pessoa decide por si próprio. A minha atitude é de não ir mesmo, até porque geralmente eu não vou a esses eventos, mas quem quiser ir, não vejo problema. Sou do tempo em que assistíamos aos desfiles em casa ou quando meus filhos eram estudantes e desfilavam. Eu mesmo vou aproveitar para descansar um pouco, ficar com minha família”, falou o deputado estadual José Dias (PSDB).