Por Carol Ribeiro
A declaração do deputado estadual Coronel Azevedo (PL), que classificou o prefeito de Mossoró e pré-candidato ao governo, Allyson Bezerra (UB), como representante “da esquerda potiguar”, despertou reação de nomes do PT no Estado. Para os petistas, a fala do parlamentar é equivocada, distorcida e revela a tentativa da direita de nacionalizar a disputa política no Rio Grande do Norte às vésperas da formação dos palanques de 2026.
Azevedo havia interpretado a entrevista de Allyson, na qual o prefeito criticou as “soluções mágicas” atribuídas ao senador Rogério Marinho (PL) para o problema fiscal do Estado, como um racha interno “na esquerda”. Para o deputado do PL, o apoio da senadora Zenaide Maia (PSD), vice-líder do governo Lula no Senado, colocaria o prefeito no campo progressista, em contraposição ao nome da direita na disputa, Rogério Marinho (PL). O deputado federal Fernando Mineiro classificou a ideia como “estaparfúdia”
“Acho que a direita potiguar tem um concurso interno, com direito a troféu, para quem consegue ter o raciocínio mais estapafúrdio. Só pode. E o Coronel Azevedo, depois dessa afirmação, deve ser um forte concorrente. É o tipo de comentário que não merece atenção alguma”, finalizou o parlamentar federal.
O líder do governo Fátima Bezerra (PT) na Assembleia Legislativa, deputado estadual Francisco do PT, também rebateu a análise de Azevedo e disse que não há qualquer alinhamento automático entre Allyson e o campo progressista.
“Eu desconheço este alinhamento do prefeito Allyson com a esquerda. Parece mais que o deputado Azevedo inverteu a situação. Quem não se entende é a direita e a extrema direita no país e no nosso Estado”, citou.
Francisco ressaltou que as forças progressistas do RN mantêm unidade em torno da defesa da democracia, das instituições e das políticas públicas, temas que foram classificados por Azevedo como bandeiras da esquerda ao associá-las a Allyson.
“Sobre a defesa da UERN, do serviço público, e aí se incluem servidoras e servidores públicos, e do Judiciário forte e independente, a defesa das instituições e do Estado Democrático de Direito serem apontadas como pautas de esquerda, para nós, é elogio. Temos, sim, compromisso com a democracia e o bem-estar do nosso povo”, afirmou.
A fala de Azevedo ocorreu após crítica de Allyson às propostas de Rogério Marinho para o Estado.
O prefeito afirmou que reduzir repasses ao Judiciário, demitir servidores e fechar ou vender a UERN “não passam de propostas populistas”. O deputado do PL reagiu classificando o cenário como um “racha” entre setores da esquerda e dizendo que o RN “não aguenta mais outra gestão de esquerda”.
Com o novo capítulo de trocas de críticas, a disputa pelo governo em 2026 se desenha com três campos isolados: o governista, com Cadu; o centro, com Allyson; e a direita, com Rogério Marinho, sem perspectivas de aliança entre estes dois últimos.

