O novo júri popular do Caso Zaira começa nesta segunda-feira (1º), no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, e seguirá até sexta-feira (5). A sessão tem acesso restrito, permitindo a entrada apenas de familiares da vítima, Zaira Dantas Silveira Cruz, e do réu, o policial militar Pedro Inácio Araújo. Profissionais de imprensa, inclusive da Secretaria de Comunicação do Tribunal de Justiça do RN, não podem acompanhar os trabalhos no Salão do Júri.
Assim como no julgamento anterior, a restrição busca preservar a dignidade da vítima e proteger informações sensíveis, já que o processo tramita sob segredo de justiça. Para garantir a divulgação de informações sem violar o sigilo, a Secoms/TJRN será responsável pela emissão de boletins oficiais com atualizações repassadas pela 2ª Vara Criminal.
Ao longo da semana, estão previstos 23 depoimentos — incluindo o do réu — entre testemunhas de acusação e defesa. A expectativa é ouvir ao menos oito pessoas por dia, em depoimentos presenciais e por videoconferência. O processo reúne cerca de 7 mil laudas.
Histórico do julgamento
Este é o segundo júri do Caso Zaira. O primeiro, realizado em junho, foi cancelado no segundo dia após a defesa de Pedro Inácio deixar o plenário alegando cerceamento, quando perguntas foram indeferidas pelo magistrado. O Ministério Público apontou que os questionamentos poderiam violar a dignidade da vítima, e o juiz acatou o argumento. Todas as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas quando a sessão foi interrompida.
A remarcação para 1º de dezembro ocorreu conforme a disponibilidade da agenda de julgamentos da 2ª Vara Criminal.
O caso
Zaira Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta em 2 de março de 2019, durante o Carnaval, em Caicó. O policial militar Pedro Inácio Araújo é acusado de estuprar e matar a jovem. Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara de Caicó, mas foi transferido para Natal após pedido de desaforamento da defesa, que alegou dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região devido à forte repercussão do crime.

