O Senado Federal realizou uma sessão especial nesta segunda-feira (17) para conceder a Comenda Abdias do Nascimento, um reconhecimento anual a brasileiros com atuação de destaque na proteção e promoção da cultura afro-brasileira. Entre as personalidades agraciadas, estava o professor e antropólogo norte-rio-grandense Gilson José Rodrigues Junior, indicado pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN).
Trajetória de Destaque na Educação e Pesquisa
Gilson José Rodrigues Junior é Doutor e mestre em Antropologia, além de bacharel em Ciências Sociais. Atualmente, ele desempenha um papel crucial como assessor de Educação Étnico-Racial e professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).
Sua carreira é marcada pela experiência em pesquisa e ensino voltados para temas essenciais da sociedade contemporânea, incluindo:
- Políticas públicas
- Relações étnico-raciais
- Gênero
- Direitos humanos
- Epistemologias contra-hegemônicas
Reconhecimento pela Equidade Racial
A senadora Zenaide Maia justificou a indicação destacando o impacto positivo e direto do professor na sociedade.
“A trajetória profissional e intelectual do professor Gilson articula o ensino, a pesquisa e a ação cultural, gerando um impacto direto e positivo na promoção da equidade racial e no aumento da representatividade negra no ambiente educacional brasileiro e na sociedade como um todo,” afirmou a senadora.
Zenaide ressaltou que Gilson é um homem negro que se distingue pelo seu compromisso com a valorização das culturas afro-brasileira e indígena, além de utilizar ferramentas audiovisuais para impacto social e educativo.
Protesto e Estatísticas Chocantes
Em seu discurso de agradecimento no Senado, o professor Gilson, que tem 42 anos e 21 anos de docência, aproveitou o espaço para protestar contra a violência racial no Brasil. Ele enfatizou que sua própria longevidade já o coloca fora das estatísticas mais sombrias do país.
“Sou um homem negro, potiguar, de 42 anos de idade. Isso quer dizer que eu, felizmente, ultrapasso as estatísticas de um país em que, a cada 23 minutos, um homem negro era morto e em que, pelo último Atlas, essa estatística, esse número diminuiu para 16 minutos. Um absurdo, um absurdo!”, protestou o acadêmico, chamando a atenção para a realidade brutal enfrentada pela população negra.
A homenagem a Gilson José Rodrigues Junior, que celebrou o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20 de novembro), simboliza o reconhecimento de sua imensa lista de contribuições à educação e à luta pela equidade no Brasil.

