De Dinarte Mariz e Dary Dantas
Despachando em Palácio, com seu Secretário de Saúde, Dary Dantas, lembrou o Governador Dinarte Mariz:
– Dary, me arranje uma vaga na sua Secretaria, que eu queria nomear um compadre meu.
Dary apontou:
– Governador, o sr. agora mesmo vai assinar essa aposentadoria aí, e pode nomear seu compadre para essa vaga.
Inteirando-se de que se tratava da vaga de diretor de Divisão, Dinarte confessou – na presença também de dona Nany, que dirigia o Serviço de Pessoal:
– Para essa vaga eu vou nomear Preto Velho, meu compadre, que conheço desde jovem. Determinou que fossem chamar Preto Velho, no “Grande Ponto”, numa banca de bicho que tinha por lá. Meia hora depois Preto Velho já estava no salão de despachos de alpercatas, malvestido, assanhado – aguardando o chamado do Governador. Dinarte pediu:
– Dona Nany, por favor, vá ao salão de despachos e pergunte a Preto Velho como é mesmo o nome dele completo, que eu só conheço o apelido.
Aproveitando a deixa, dona Nany ponderou: – Governador, esse homem eu já o vi. Não tem condições para ser nomeado diretor de Divisão da Secretaria de Saúde. O sr. poderia nomeá-lo para um cargo mais modesto.
Dinarte, finalizando a conversa:
– D. Nany, Preto Velho passou a vida dele jogando no bicho, sempre pobre. Hoje, ele tirou no bicho. O bicho é Dinarte Mariz. Vá saber o nome dele para nomeá-lo.
Pesquisa e Edição:
Ricardo Tersuliano – Historiador Independente – e-mail: ricardotersuliano@yahoo.com.br – Colaborador do Blog do Cobra.
Com Informações Livro:
Dicionário de Espírito e Humor de Velhos Amigos – Veríssimo de Melo
Fotos:
Memorial do Legislativo Potiguar – Reprodução/Internet
Notas Pedagógicas:
Houve um tempo em que tudo era possível: as nomeações e o preenchimento de cargos eram realizados com base em amizades. Com o passar do tempo, porém, percebeu-se a necessidade de buscar assertividade e eficácia por meio da capacidade técnica. Essa exigência passou a ser cada vez mais cobrada, tanto por leis e decretos quanto pela própria população, no exercício da cidadania em prol da coletividade.