A ministra do Planejamento, Simone Tebet, criticou nesta sexta-feira (14) a taxa de juros do Brasil, atualmente em 13,75% e apontou como causa do endividamento das famílias brasileiras.
“Não adianta fazer o ‘Desenrola’, aliviarmos a vida das pessoas e apresentar um programa eficiente sob todos os aspectos, com juros de 13,75%. O Brasil não comporta um Desenrola por ano. Nós precisamos de espaço fiscal para investir naquilo que verdadeiramente precisamos, como Saúde, Educação, obras de infraestrutura e tudo mais”, disse.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, que participava da entrevista coletiva junto à Tebet, ainda reforçou o papel do Banco Central (BC) na redução de juros.
“Ele [Roberto Campos Neto, presidente da autarquia] não pode se esconder atrás da autonomia do Banco Central para não cumprir o seu papel constitucional, que é garantir o controle fiscal e da inflação […] e ajudar a criar as condições para o Brasil crescer, a economia girar e gerar emprego e renda”, disse Macedo.
Campos Neto e o Banco Central têm sido alvos frequentes de críticas de membros do governo Lula ao longo deste ano.
“O Brasil inteiro está pedindo. Não é possível um país crescer o suficiente para resolver os problemas do povo com a taxa Selic de 13,75%, quando a inflação está 3,16%. […] Isso é inadmissível”, acrescentou Macedo.
Após a queda de 0,08% da inflação de junho divulgada na última terça-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que espera mais notícias “boas” em agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a taxa básica de juros do país.